O Governo das Filipinas lançou um programa de apoio a
trabalhadores no estrangeiro, mas os critérios limitam os beneficiários. A
associação local Green Phillippine Migrant Workers Union lançou uma petição a
pedir para serem abrangidos outros cidadãos
A Green
Phillippine Migrant Workers Union lançou uma petição online a apelar ao apoio
financeiro do Governo das Filipinas. A associação quer ter acesso a um programa
já anunciado, mas considera que as regras que determinam quem pode ser
beneficiário “não são justas”. O Governo das Filipinas já tinha anunciado que
vai apoiar cidadãos a trabalhar no estrangeiro que viram o seu emprego ser
afectado pela pandemia da covid-19 com 200 dólares americanos, ou o montante
equivalente na moeda do local onde se encontrem.
É
elegível quem tenha sido afectado pela perda involuntária de trabalho, devido à
imposição de isolamento pelo país em que se encontra, ou por ter sido infectado
com o vírus, estejam estas pessoas a trabalhar no exterior ou sejam elas
repatriadas para as Filipinas, sem receber qualquer apoio financeiro do país
onde encontram ou dos seus empregadores. São abrangidos aqueles que tiverem os
seus documentos de trabalho e passaporte regularizados, mas também
trabalhadores sem documentos, quando estes ainda não tiverem sido processados,
ou por alguma razão tenham perdido o seu estatuto.
“Desde
que os governos de diferentes países anunciaram as medidas de precaução a
declarar isolamento, muitos estabelecimentos, escritórios e empresas ficaram
paralisados há já 50 dias, o que teve um grande impacto nas nossas finanças”,
defende a Green Philippine Migrants Workers Union, observando que existem
trabalhadores no estrangeiro em diferentes situações.
A
associação alerta para os trabalhadores que ficam em casa dos patrões, a
maioria dos quais empregadas domésticas que não podem sair para enviar dinheiro
às famílias, ou que chegaram mesmo a não receber salário porque os próprios
empregadores também sofreram danos financeiros. E dá também como exemplo
aqueles que não têm apoio da entidade patronal e precisam de ajuda para pagar
os custos básicos do dia a dia, como arrendar alojamento próprio.
Os
que tiverem visto os seus contratos terminar pelo impacto negativo nos
negócios, incluindo trabalhadores que não conseguiram encontrar um trabalho
novo e quem têm disputas laborais pendentes anteriores às declarações de estado
de isolamento, são também mencionados pela associação.
Das limitações
“Precisamos
mesmo de assistência financeira para sobreviver, tendo em consideração que
vivemos noutro país. A nossa organização e outros grupos estão a fazer o seu
melhor para chegar a quem precisa através da angariação de donativos para lhes
dar comida, mas estamos limitados para conseguir ajudar todos”, pode ler-se.
Recorde-se
que os trabalhadores não residentes (TNR) de Macau foram excluídos dos apoios
anunciados pelo Governo da RAEM no âmbito do impacto económico provocado pela
covid-19, sob o fundo de 10 mil milhões de patacas. Uma decisão justificada na
semana passada pelo secretário para a Economia e Finanças com a necessidade de
tomar opções face aos recursos financeiros existentes. De acordo com dados da
Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos, no final de 2019 havia mais de
196 mil trabalhadores não residentes, dos quais 17,2 por cento eram oriundos
das Filipinas. Salomé Fernandes – Macau in “Hoje
Macau”
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