O regresso dos trabalhadores representa um risco de novas
infeções, a agência da ONU ajuda a evitar o crescimento do surto, identificando
migrantes, confirmando se apresentam sintomas e informando sobre a prevenção
Em
apenas alguns dias no final de março, quando a África do Sul declarou um
bloqueio de suas fronteiras devido à covid-19, mais de 14 mil moçambicanos a
viver no país vizinho decidiram voltar para casa.
A
maioria destas pessoas regressou às suas comunidades nas províncias do sul de
Maputo, Gaza e Inhambane, de onde parte a maioria dos moçambicanos para a
África do Sul.
Trabalho
Nas
últimas semanas, a Organização Internacional para Migrações, OIM, ativou a sua
rede de agentes comunitários para identificar estas pessoas e informar sobre
medidas que deveriam ser tomadas para evitar contágios.
Até
ao momento, mais de 850 migrantes foram chamados. Nenhum tinha sintomas.
Para
identificar as pessoas que regressaram, os agentes comunitários usam listas de
trabalhadores de minas, registos de estabelecimentos de saúde, redes comunitárias,
líderes comunitários e praticantes de medicina tradicional.
Profissionais
de saúde verificam se o trabalhador ou os membros da sua família apresentam
sintomas e dão informações sobre a quarentena obrigatória e medidas de
prevenção, que devem ser partilhadas com a família, amigos e vizinhos. Os dados
são compartilhados semanalmente com o Ministério da Saúde.
Exemplo
Um
dos migrantes disse à agência que ficou “muito assustado quando soube da doença
que estava a matar pessoas em todo o mundo.”
O
trabalhador de minas Laissane Tivane, de Inhambane, contou que ficou
"surpreso” quando recebeu a ligação de um agente comunitário, explicando
os sintomas e medidas de prevenção.
O
migrante disse que cumpriu a quarentena de 14 dias que foi recomendada e
continua em casa com a sua família, só saindo em caso de necessidade urgente.
Todas as pessoas que os visitam lavam as mãos com água e sabão.
Situação
Moçambique
declarou o seu primeiro caso em 22 de março. Até segunda-feira, 20 de abril,
tinha confirmado 35 casos, localizados na capital, Maputo, e na província de
Cabo Delgado.
A
OIM diz estar preocupada com um surto do vírus num país que já enfrenta
problemas de saúde pública com HIV, tuberculose, desnutrição e doenças crónicas,
especialmente hipertensão.
O
supervisor de campo da OIM em Inhambane, Andre Chambal, disse que “esse esforço
tem um impacto positivo porque ajuda a garantir a segurança das famílias.”
Diáspora
A
iniciativa faz parte da ajuda que a OIM tem dado ao governo de Moçambique,
centrada em comunidades afetadas pela migração.
Estima-se
que mais de 11 milhões de moçambicanos morem no exterior, sendo a África do Sul
um dos principais destinos. Empregos em mineração e agricultura são a regra para
os moçambicanos que vivem no país vizinho. ONU News – Nações Unidas
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