O Escritório das Nações Unidas de Assistência
Humanitária, Ocha, informou que pelo menos 28 pessoas morreram e mais de 58,8
mil foram afetadas pelas chuvas fortes, ventos e inundações que atingem
Moçambique desde dezembro passado. As províncias mais prejudicadas foram de
Zambézia, Cabo Delgado e Sofala
Destruição
De
acordo com a agência, mais de 10,2 mil casas foram danificadas ou destruídas.
Pelo menos 47 escolas foram afetadas. O Instituto Nacional de Gestão de
Calamidades, (INGC), informou que 66 pessoas ficaram feridas desde o início das
tempestades.
Várias
pontes importantes foram danificadas, incluindo a ponte sobre o rio Montepuez,
em Cabo Delgado, isolando as pessoas nas áreas vizinhas de serviços e assistência
essenciais.
O
Ocha alertou que o nível da água começou a subir na província de Sofala,
principalmente nos distritos da cidade da Beira, Buzi e Nhamatanda, todos
atingidos pelo ciclone Idai em março.
Zambézia
A
Zambézia, província no centro do país, foi a que mais sofreu 17 432 atingidos.
As inundações desde o início de 2020 danificaram a infraestrutura, destruíram
as colheitas e deslocaram pessoas.
Atualmente,
quase 2,3 mil hectares de plantações estão inundados em toda a província, menos
de dois meses antes da colheita planeada para março.
De
acordo com o INGC, os pontos de fornecimento de água também foram atingidos,
especialmente nos bairros do distrito de Namacurra, que abriga pessoas realojadas
após o ciclone Idai. Na primeira semana de janeiro, mais de 180 abrigos foram
arrastados pelas inundações nos locais de realojamento.
Segundo
a Organização Internacional para as Migrações, OIM, pelo menos 290 latrinas
foram destruídas, aumentando o risco de doenças transmissíveis.
Cabo Delgado
No
final de dezembro, ventos e chuvas causaram inundações em oito distritos de
Cabo Delgado. Ao todo, 59 postes de eletricidade caíram e várias pontes foram
danificadas.
Os
meios de subsistência também foram afetados na província, com 40 barcos
destruídos e 21 avariados, prejudicando mais de 1,2 mil pescadores no
litoral.
Cerca
de 4 mil hectares de plantações foram alagados.
Algumas
das áreas mais atingidas pelas inundações em Cabo Delgado, incluindo o distrito
de Quissanga, ainda estavam a recuperar do ciclone tropical Kenneth, que
atingiu a província em abril de 2019. O Ocha diz que as inundações também podem
aumentar as necessidades das 60 mil pessoas deslocadas ou afetadas pela
violência na província desde outubro de 2017.
Sofala
Na
província de Sofala, fortes chuvas causaram inundações repentinas e fluviais
desde o mês passado, afetando algumas das regiões mais atingidas pelo ciclone
Idai em março do ano passado. Essas
áreas incluem bairros onde as pessoas foram realojadas após o ciclone.
O
Ocha apontou que várias estradas estão intransitáveis e o acesso a aldeias
remotas no distrito de Buzi está limitado.
A
OIM informou que mais de 3676 abrigos nos locais de realojamento em Sofala
foram danificados, incluindo quase 500 que foram completamente destruídos após
as fortes chuvas em 10 de dezembro.
Na
Beira, cerca de 300 pessoas abrigaram-se em três escolas diferentes durante a
noite de 20 de janeiro, quando as suas casas foram inundadas. A maioria
retornou para casa no dia 21 de janeiro, quando a água recuou, mas cerca de 10
famílias ainda estão na Escola Matadouro. ONU News – Nações Unidas
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