Na
entrada para o novo ano em que é esperada uma forte aceleração da economia de
Moçambique e um possível regresso de Angola ao crescimento, Cabo Verde regista
o maior crescimento económico entre os países africanos de língua oficial
portuguesa
As
previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um crescimento de
5% em 2019, ritmo que deverá manter-se em 2020 e nos anos seguintes, enquanto o
Governo cabo-verdiano inscreveu no Orçamento de Estado para o novo ano uma
previsão de crescimento de até 5,8%.
O
Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano dá conta de uma
actividade económica em aceleração – no terceiro trimestre de 2019, um aumento
de 6,7% do PIB, devido ao consumo final (aumento de 7,7%) e exportações (mais
11,6%).
O
governo de Ulisses Correia e Silva assume o objectivo de acelerar o crescimento
económico, melhorando o ambiente de negócios e acelerando as reformas
estruturais.
«A
nota do Grupo de Apoio Orçamental (GAO), na sua mais recente avaliação de Cabo
Verde, é altamente positiva, o quadro macro-económico é estável, a economia
está a crescer, a dívida está a diminuir, o défice está a reduzir-se, o
ambiente de negócios está a melhorar, mas temos que acelerar fazer mais, fazer
melhor e fazer mais rápido, para que possamos atingir o crescimento de 7%»,
afirmou recentemente o ministro.
Em
expansão acelerada, mas a partir de um valor do PIB mais baixo, está a
Guiné-Bissau, que deverá crescer 4,6% em 2019, segundo o FMI, que antevê uma
aceleração moderada da economia guineense, para níveis próximos de 5%.
São
Tomé e Príncipe deverá crescer 2,7% em 2019, mas as previsões do FMI também
apontam para uma aceleração nos próximos anos.
O
maior impulso a nível económico nos próximos anos deverá registar-se em
Moçambique, com o FMI a antever uma aceleração de 1,9% em 2019 para um
crescimento real de 5,5% em 2020.
O
comunicado final da mais recente missão do FMI a Moçambique refere que a
prevista aceleração decorre dos esforços de reconstrução pós-ciclones, da
recuperação na agricultura e do estímulo económico de um relaxamento gradual
adicional das condições monetárias e da regularização dos pagamentos internos
em atraso aos fornecedores.
«O
sector da construção e outras actividades deverão também beneficiar dos
investimentos nos grandes projectos de gás natural liquefeito, devendo a
inflação permanecer baixa, com uma ligeira subida para 5,0% no final de 2020,
em relação aos 3,0% no final de 2019», pode ler-se.
Também
a consultora Fitch Solutions melhorou recentemente as previsões para Moçambique,
antecipando que o PIB cresça 2% em 2019 e 4,2% em 2020, graças «ao crescimento
da formação bruta de capital fixo (…) no seguimento da reconstrução pós-ciclone
e nos investimentos no sector do gás, ainda que o investimento público se
mantenha limitado a curto prazo».
Em
Angola, 2019 deverá ser o quarto ano consecutivo de quebra do PIB (-0,3%,
segundo o FMI), mas o Governo e algumas instituições antevêem que o novo ano
seja de retoma, previsão que não é consensual.
Enquanto
o FMI prevê um crescimento de 1,2% no novo ano e o Governo de 1,8%, a Economist
Intelligence Unit antecipa uma nova contracção, de 1,9%, devido à quebra da
produção petrolífera e «descida das receitas governamentais, pela despesa
pública e pelo consumo privado». In “Revista Port. Com” - Portugal
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