Maior radiotelescópio do mundo
O
Radiotelescópio Esférico com Abertura de 500 Metros (FAST, na sigla em inglês),
instalado em meio às montanhas do sul da China, entrou na "fase
científica".
O
gigantesco disco metálico é o maior e mais potente radiotelescópio do mundo -
com 500 metros de diâmetro, ele desbancou o radiotelescópio Arecibo, em Porto
Rico, que tem 305 metros de diâmetro.
O
FAST foi concebido nos anos 1990 e sua construção começou em 2011.
Em
2016 começaram os primeiros testes operacionais e, segundo a agência oficial de
notícias Xinhua, o observatório agora entrou na fase de científica e já está
disponível para os astrônomos de todo o mundo.
Missão do FAST
Os
astrônomos esperam que os sinais captados pelo radiotelescópio sirvam para
revelar mistérios relacionados à origem e à evolução do Universo.
Suas
tarefas estarão relacionadas à busca de ondas gravitacionais, exploração da
matéria escura e captura de sinais que possam indicar a existência de
civilizações extraterrestres.
Um
dos aspectos que mais animam os astrônomos é a capacidade do FAST de detectar
"rajadas rápidas de rádio" (FRB, na sigla em inglês), eventos de
energia intensa que duram apenas milissegundos. A origem das FRB ainda é um
mistério para os astrônomos, então qualquer progresso nesta área será muito
bem-vindo.
"O
FAST será uma excelente ferramenta para detectar e estudar as FRBs mais fracas.
Ele vai nos oferecer pistas sobre seus mecanismos de emissão e talvez sobre a
natureza de sua origem," disse Victoria Kaspi, astrofísica da Universidade
McGill, no Canadá.
Os
especialistas também estão de olho na capacidade do FAST de estudar gases como
o hidrogênio no espaço, a partir dos quais podem analisar a dinâmica das
galáxias.
Apenas
para animar, durante seu período de testes, ao longo de apenas dois anos, o
FAST identificou 102 novos pulsares - estrelas de nêutrons que transformam a energia
rotacional em energia eletromagnética.
Radiotelescópio FAST
O
FAST é formado por cerca de 4,4 mil painéis de alumínio que se movem para focar
em diferentes áreas do céu.
A
capacidade de concentrar o foco em uma determinada área é uma das principais
vantagens do radiotelescópio chinês em relação a Arecibo
"Os
painéis do Arecibo não podem se reajustar ativamente. O sistema óptico do FAST
permite que você aponte para uma área mais ampla do céu, incluindo algumas
áreas que não são acessíveis com o Arecibo," explicou a astrônoma Martha
Haynes, da Universidade Cornell, nos EUA.
O
"olho da China no céu" tem um campo de visão mais amplo do que outros
radiotelescópios, o que significa que ele pode descobrir mais estrelas, mais
fenômenos cósmicos e possíveis vidas extraterrestres, de acordo com o Instituto
de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Pequim, na China.
Apesar
das dimensões e de seu aspecto cientificamente promissor, o radiotelescópio
FAST custou uma bagatela (US$ 171 milhões) em relação a projetos ocidentais. In “Inovação
Tecnológica” – Brasil com “BBC”
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