Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Macau – Universidade de Macau espera ter 14 mil alunos até 2025

O reitor da Universidade de Macau espera que a instituição venha a ter 14 mil alunos nos próximos “quatro a cinco anos”. Song Yonghua garante não temer protestos semelhantes aos de Hong Kong e sublinha que a instituição continuará a apostar em investigações interdisciplinares



A Universidade de Macau (UM) tem actualmente cerca de 11 mil alunos mas “desde 2018 que este número tende a aumentar cerca de 200 por ano”, sublinhou Song Yonghua. À margem do dia aberto da UM, o reitor revelou que, no próximo ano, a UM irá abrir 2000 vagas, sendo 1500 para alunos locais e 500 internacionais. Porém esta proporção (25%) varia entre cursos.

Se, por um lado, nas licenciaturas a percentagem é de cerca de 80% de alunos locais, por outro “a maioria dos alunos de mestrado e de investigação vem da China Continental, Malásia, países de língua oficial portuguesa ou Hong Kong”, afirmou Song Yonghua.

O reitor afastou a possibilidade de virem a ocorrer protestos no campus da UM semelhantes aos da RAEHK, justificando que “Macau é um modelo de sucesso do sistema ‘Um País, Dois Sistemas’ e é tradição amar Macau e o país como um todo”.

“Claro que temos que entender o que se passa no mundo, em sítios liberais, também para que os alunos possam fazer estudos comparativos e tenham pensamentos independentes”, sublinhou Song Yonghua, garantindo que a universidade tem como missão “educar de forma imparcial”. Por outro lado, o mesmo responsável apontou como objectivo da instituição servir “as políticas do novo Governo, bem como do Governo Central e da Grande Baía”.

Durante o próximo ano, “pretendemos continuar a apostar em investigação nas áreas de medicina chinesa, mecatrónica e em mecanismos para cidades inteligentes”, além de “produzir medicamentos contra o cancro”, apontou Song Yonghua.

O reitor acredita que o maior problema social de Macau reside nos “vícios” e que “é aqui que a UM inova, com investigação colaborativa entre colegas dentro da universidade mas também com a comunidade, em Macau e na Grande Baía”, como forma de tentar solucionar o problema.

Também o meio ambiente merece a atenção da instituição. “Temos controlo do oceano [gestão de áreas marítimas] e, em especial nesta região, a poluição nas águas é um grande problema bem como desastres como tufões. Vamos reclamar mais terra ao mar, portanto o mar é muito importante, assim, estabelecemos um centro de investigação regional para oceanos”, realçou o responsável.

A presença lusófona

As declarações foram dadas à margem do dia aberto da universidade, onde a recém-chegada Camila Mungoi participava no “Festival Internacional de Comida”, dando a provar aos visitantes sabores de Moçambique. A aluna ganhou uma bolsa para estudar economia na UM.

Por acreditar que é uma das melhores universidades na sua área, sentiu que “não podia desperdiçar esta oportunidade”. Apesar de todo o apoio que diz receber dos colegas e das “dicas” para se adaptar a esta realidade, a estudantes reconhece que não é fácil: “Ainda estou a tentar entender como é que eles [os locais] interagem, porque é realmente uma cultura muito diferente da minha” mas que “me fez crescer muito a nível pessoal”.

Solange Safrão, no terceiro ano de comunicação, quis “vir para a Ásia, e Macau era a cidade ideal porque combina a cultura asiática com a portuguesa e africana, os países PALOP estão todos aqui”. Adaptada, a estudante moçambicana gosta da “internacionalização da universidade”. “Tem gente de literalmente todas as partes do mundo, e os docentes também. É muito interessante esse cruzamento no mundo académico”.

Lily, estudante do secundário, falou à Tribuna de Macau enquanto participava numa actividade proposta no laboratório da Faculdade de Ciências de Saúde. “Sempre gostei da área da saúde, e gostava de me dedicar a investigação. Por isso, a UM é o melhor sítio. Já viste estas instalações?”, perguntou, apontando para o material de laboratório.

O dia aberto da UM reuniu actividades desportivas, apresentações performativas, um festival internacional de comida, bem como jogos e apresentações nas várias faculdades do campus na Ilha da Montanha. Sofia Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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