Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Espanha - 26,1% da população vive sob risco de pobreza ou exclusão social


A Espanha, quinta maior economia da Europa, tem um dos níveis mais altos de pobreza do continente. Este dado gera perguntas sobre quem estaria a beneficiar do crescimento económico recente e quem está a ser esquecido.

Esta declaração é do relator especial de direitos humanos sobre pobreza extrema, Philip Alston, que visitará a Espanha, no dia 27 de janeiro.


Década

Alston disse ainda que “apesar de uma recuperação económica impressionante, uma década após a crise financeira, muitos indicadores de pobreza e desigualdade na Espanha permanecem altos e superiores aos níveis antes da crise.

O relator especial deve passar 10 dias no país, concluindo a visita oficial em 7 de fevereiro.

Atualmente, a Espanha tem 26,1% da população vivendo sob risco de pobreza ou exclusão social. Em 2008, esta taxa era de 23,8%.  Philip Alston afirma que esta é uma das taxas mais altas da União Europeia. Segundo ele, metade dos espanhóis teve dificuldade para fechar o orçamento do mês e as pessoas mais expostas à pobreza são crianças, migrantes e os povos Roma e Sinti, conhecidos como ciganos.

Com mais de 14% de pessoas sem trabalho, em novembro passado, a taxa de desemprego no país representa o dobro da média europeia. O relator afirma que a Espanha também investe menos que os países da União Europeia em programas de apoio social.

Oportunidade

Philip Alston lembrou que o novo governo comprometeu-se a melhorar o bem-estar socioeconómico da população e que a visita dele no início do governo também é uma oportunidade de avaliar a situação e fazer recomendações.

Alston viajará à Galiza, ao País Basco, a Andaluzia, Extremadura e à Catalunha.

Ele vai reunir-se com as autoridades locais e com as pessoas afetadas pela pobreza, além de ativistas, académicos e representantes da sociedade civil.

Antes de chegar ao país, a equipa do relator realizou mais de 60 entrevistas por telefone e recebeu 40 textos de pessoas diretamente afetadas pelo tema.

No fim da visita, em 7 de fevereiro, Philip Alston concederá uma entrevista a jornalistas na sede da Organização Mundial do Turismo, em Madrid.

O relatório final deve ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos em junho deste ano. ONU News – Nações Unidas

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