O
BNU e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM)
assinaram um acordo para aumentar o volume de negócios entre a China e os
países lusófonos, disse à Lusa o presidente da instituição bancária.
Carlos
Álvares explicou que “o grande objectivo é aumentar o volume de negócios e de
investimento entre os países de expressão portuguesa e a China, utilizando
Macau como uma plataforma”. O presidente do BNU falava à margem da Feira
Internacional de Macau e da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de
Língua Portuguesa, que ontem começou. “Já celebrámos protocolos com outras
entidades, com entidades bancárias e achamos que celebrar este entendimento com
o IPIM pode ser uma mais-valia para as empresas portuguesas, para as empresas
de expressão portuguesa e para as empresas, fundamentalmente, das nove cidades
da Grande Baía que estão aqui mais próximas em termos de possibilidade de concretização
e realização de negócios”, acrescentou.
O
responsável frisou que “o BNU faz parte de um grupo, a Caixa Geral de Depósitos
[CGD], o maior banco em Portugal, e que (…) está em primeiro em cinco dos
países de expressão portuguesa”. “Congregando estes esforços entre a CGD em
países de expressão portuguesa e em Portugal, BNU (…), IPIM aqui em Macau e
outros bancos chineses (…) será possível com certeza aumentar o volume de
negócios entre estes países”, bem como “o volume de investimento”, garantiu. “O
que nós sentimos é que se trabalharmos em conjunto com outras entidades que têm
objectivos semelhantes é possível fazer mais”, concluiu.
O
BNU em Macau registou, no primeiro semestre deste ano, lucros de 366,8 milhões
de patacas, indicam dados oficiais ontem divulgados. Em relação a igual período
de 2018, os lucros do BNU subiram 18% nos primeiros seis meses de 2019. No
primeiro semestre do ano passado, os lucros do banco foram de 311 milhões de
patacas.
De
acordo com o balancete de 30 de Junho passado, publicado em Boletim Oficial, o
BNU registou proveitos de 865 milhões de patacas e custos de 498 milhões de
patacas. O banco fechou 2018 com lucros de 585 milhões de patacas, proveitos de
1,7 mil milhões de patacas e custos de 1,1 mil milhões de patacas. O BNU é,
juntamente com o Banco da China, banco emissor de moeda em Macau, e conta
actualmente com 20 agências, incluindo uma em Zhuhai.
O
presidente do BNU expressou à Lusa confiança na “resiliente” economia de Macau
para superar a recessão prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para
2019 e 2020. “A economia de Macau é muito resiliente, (…) portanto, estou
razoavelmente confiante” que a situação seja ultrapassada e não exista um
impacto negativo no emprego e no crédito malparado da banca, defendeu Carlos
Álvares.
“Não
há dívida (…), Macau tem um fundo de reserva na casa dos 60 mil milhões de
euros e, portanto, pode aumentar os gastos públicos para compensar um bocadinho
os eventuais investimentos privados que possam não ocorrer”, afirmou. O líder
do BNU lembrou que “há cinco anos, quando as receitas do jogo caíram para
metade, os níveis do desemprego não aumentaram, o Governo continuou a registar
superávites” e que “não houve acréscimo de rácios malparados no sector
financeiro”.
Tal,
reiterou, demonstra a resiliência da economia de Macau “a este tipo de
oscilações”, ressalvando, contudo, o facto de estar “ainda muito baseada no
jogo”, apesar dos “grandes esforços para [garantir] a sua diversificação”. Na
terça-feira, o FMI reviu em baixa as previsões no relatório Perspectivas
Económicas Globais para Macau este ano, antecipando agora uma recessão de 1,3%
e nova contração da economia, de 1,1%, em 2020. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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