O
primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse que os
cabo-verdianos têm “a aspiração legitima” de tornar Cabo Verde um país de alta
renda.
Para
Correia e Silva, “a boa notícia é que o mundo atual e as grandes tendências do
futuro vão no sentido de valorização dos recursos que Cabo Verde possui e que
nas gerações passadas eram sinônimo de problemas.” Ele fez a declaração durante
o discurso na Assembleia Geral.
“O
mar, que era cantado pelos nosso músicos e poetas como caminho para a migração
e a saudade, hoje é um recurso transformado em economia azul e em turismo. O
vento e sol, que eram sinais de estiagens, hoje são recursos para produzir energia
renovável. A localização que nos colocava distantes do mundo hoje é um recurso
importante para impulsionar Cabo Verde no Atlântico Médio como uma plataforma
para a economia de circulação entre África, Europa, Estados Unidos e Brasil.”
O
primeiro-ministro disse que os cabo-verdianos não inventaram um novo país, mas
habituaram-se “a viver com ele, a ultrapassar as dificuldades e assumir um
compromisso patriótico com o desenvolvimento.”
Em
2008, Cabo Verde graduou-se a país de desenvolvimento médio. Correia e Silva
disse que essa graduação trouxe alguns desafios e que agora o objetivo é
tornar-se um Estado de renda alta.
“O
objetivo não é sair da estação de país menos avançado para ficar na estação de
país de rendimento médio, em condições de financiamento e de cooperação mais
penalizantes. O objetivo é atingir o desenvolvimento e a renda alta. É
necessário, por isso, que o processo de transição tenha em conta, e como meta,
o desenvolvimento e que os mecanismos e as condições de financiamento sejam coerentes
e consistentes para lá chegar.”
Esforços
O
primeiro-ministro falou depois sobre a estratégia que o país tem implementado
na gestão de recursos de água e de transição energética. Cabo Verde é
vulnerável aos fenômenos naturais, particularmente as secas.
“Introduzimos
o primeiro dessalinizador de água do mar há 50 anos. Hoje 70% da população usa
água dessalinizada para o seu consumo. Nos próximos anos, com os investimentos
em curso, atingiremos 90%. Estamos a implementar estratégias para diversificar
as fontes de água para agricultura. Estamos a implementar uma estratégia de
transição energética, reduzir independência de combustíveis fósseis. Partindo
dos atuais 20% a nossa meta é atingir 30% de produção de energia elétrica a
partir de fontes de energias renováveis até 2025, superar os 50% até 2030 e
atingir 100% até 2040.”
Sobre
este tema, o chefe de governo lembrou que Cabo Verde foi o primeiro país
africano a aderir à Aliança para Descarbonização dos Transportes. Até 2050, o
país deve substituir todos os meios de transporte público para veículos
elétricos
Comunidade internacional
Correia
e Silva referiu ainda um conjunto de “questões globais que têm de ter respostas
globais.” Segundo ele, “este é um grande momento para acelerar a realização dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”
O
primeiro-ministro afirmou ainda que Cabo Verde quer ser “um interlocutor útil
no concerto das nações, para o diálogo para a paz e tolerância e como um aliado
credível para a segurança cooperativa face à criminalidade transnacional, como
tráfico de drogas, de pessoas e terrorismo.”
O
chefe de governo terminou dizendo que “é hora de ir além das intenções e agir
com ações concretas, mensuráveis e comprometidas com as ambições dos povos e as
necessidades globais.” In “Mundo Lusíada” - Brasil
Sem comentários:
Enviar um comentário