Portugal
já conta com mais de 3000 angolanos a frequentar o ensino politécnico, a
segunda maior comunidade estudantil estrangeira no país, disse em Luanda o
secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
João
Sobrinho Teixeira, que falava em Luanda após uma conferência sobre a
importância do ensino politécnico para o desenvolvimento econômico no Centro
Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC), realçou a capacidade de Portugal
em captar estudantes internacionais e a importância da língua portuguesa como
fator de atração.
“Angola
é, neste momento, o segundo país com maior número de estudantes estrangeiros em
Portugal a seguir ao Brasil”, afirmou, sublinhando a “grande capacidade de
captação de alunos estrangeiros”. O número de alunos estrangeiros deve aumentar
este ano 40% face a 2018 e 150% relativamente aos quatro anos anteriores.
Além
de fatores como a qualidade do ensino, posição das instituições nos ‘rankings’
custo de vida, segurança do país e o fato de ser um país europeu, Portugal
beneficia de uma língua que é falada por 300 milhões de pessoas, adiantou.
“Gostava
de transmitir, estando aqui em Angola, o valor que hoje representa para todos
nós esta afirmação do mundo lusófono. É um valor imenso naquilo que nos une
pela história, pelos laços de sangue e face ao que pode potenciar no futuro”,
disse o mesmo responsável, apontando os estudantes estrangeiros que não querem
apenas estudar na Europa, mas também aprender português, o que lhes proporciona
“um mercado muito mais aberto quando voltam aos seus países”.
“As
expectativas é que seremos 500 milhões [falantes de português] daqui a três
décadas, com grande contributo de Angola que está em grande explosão
demográfica e gostava de realçar o quanto, em conjunto, temos de retorno pela
afirmação daquilo que é a afirmação da lusofonia”, referiu ainda o secretário
de Estado.
Frequentam
atualmente o ensino politécnico em Portugal cerca de 3200 alunos angolanos
(número provisório) num total de 86 nacionalidades, onde se destacam os países
lusófonos.
João
Sobrinho Teixeira observou, por outro lado, que o sistema politécnico “não tem
menos capacidade ou visibilidade do que o sistema universitário” e é crucial
para o desenvolvimento das regiões, com um efeito multiplicador do investimento
público, que chega a ser cinco vezes o valor inicial.
Luís
Pais, vice-presidente do Instituto Superior Politécnico de Bragança, o maior do
interior do país, e onde se encontra a maior comunidade de estudantes
estrangeiros, com 70 nacionalidades, realçou a “riqueza” desta diversidade.
No
Politécnico de Bragança que conta com 9000 alunos, mais de um terço são
estrangeiros, dos quais a maior parte é proveniente de países de expressão
portuguesa, com destaque para as comunidades de Cabo Verde e do Brasil
“Angola
é uma comunidade em dimensão crescente”, com mais de 200 alunos desta
nacionalidade, acrescentou.
Uma
realidade multiculturalidade que enche Luís Pais “de orgulho” e que “mudou o
DNA” da instituição: “se percorrer os corredores, vê alunos de todo o mundo,
temos a certeza de que é uma riqueza para a nossa instituição ter toda essa
multiculturalidade”.
O
Politécnico de Bragança, tal como outros em Portugal, tem protocolos com
instituições congêneres angolanas para receber alunos e docentes em mobilidade,
disse, salientando o “histórico relacionamento com o instituto do Cuanza Sul”.
Assinalou
ainda o papel das empresas não apenas como “um receptor passivo”, mas como um
“ator ativo do próprio processo de lecionação e investigação das instituições
politécnicas”
Portugal
conta atualmente com 15 institutos politécnicos públicos e cinco escolas não
integradas. In “Mundo Lusíada” - Brasil
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