O Festival Internacional de Artes Performativas de Macau
(MIPAF) regressa nos próximos dias 18 e 19 de Novembro ao Armazém do Boi, com a
participação de 18 artistas de três continentes e intervenções que procuram
provocar no público uma reacção à sua condição humana, numa sociedade movida
pelo lucro económico
A
espontaneidade sem barreiras no processo criativo da arte contemporânea vai
estar em destaque na próxima edição do Festival Internacional de Artes
Performativas de Macau, no Armazém do Boi. Com curadoria de Noah Ng, “Untitled
Poems – Macau International Performance Art Festival 2019” procura promover um
intercâmbio de abordagens criativas através de uma série de instalações criadas
no momento, em comunhão com o público.
Tendo
como base reflexões e preocupações sobre a condição humana, 18 artistas foram
convidados a criar instalações no Armazém do Boi com o público a assistir ao
processo criativo. “É difícil de descrever ou antecipar que tipo de actuações
vamos ter, dada a própria natureza da arte performativa, apenas posso assegurar
que será arte ao vivo, ou seja, os artistas vão estar presentes no espaço a
trabalhar com o público a assistir. O público poderá assim assistir ao processo
criativo e basicamente fazer parte dele indirectamente com a transformação e a
evolução desse momento em choque”, começa por dizer Noah Ng, curador do
Festival, ao Ponto Final.
Questionado
sobre a razão pela qual o Festival tem como nome “Poemas sem título”, Noah Ng
explica ao Ponto Final que a própria natureza intrínseca da arte performativa é
deixar “em aberto” a interpretação da instalação. “Na arte contemporânea e nas
artes performativas os artistas têm a tendência de permitir ao público fazer
interpretações pessoais, e por isso gostam de deixar em aberto o título das
obras, pois acreditam que se tivesse um título isso iria limitar a percepção e
a interpretação do seu trabalho”, afirmou o curador do MIPAF ao Ponto Final.
Já
os “poemas”, na opinião de Noah Ng, pertencem à dimensão onírica, “entre o belo
e o pessimismo”, onde o romântico e a riqueza emocional “ganham forma através
das artes performativas” numa dinâmica fluída que “se transforma em obra de
arte”.
O
Festival Internacional de Artes Performativas de Macau (MIPAF) tem vindo a
crescer nos últimos anos e, nesta edição, conta com artistas de países e
regiões de três continentes, nomeadamente Áustria, Dinamarca, Coreia do Sul,
Bélgica, Chile, Tailândia, Suécia, Alemanha, China, Macau e Malásia. “Durante
anos, focámo-nos em artistas asiáticos e na forma como eles conquistavam o seu
espaço num mundo cada vez mais global. Queremos que o MIPAF ganhe o seu espaço
no panorama internacional de artes performativas”, acrescentou Noah Ng.
“Tendo
como base as preocupações internacionais políticas e sociais, nós gostaríamos
de saber e trocar experiências com artistas de vários pontos do mundo que se
debatem com este tipo de situações, nomeadamente as relações entre países e
governos que estão cada vez mais associadas aos lucros e aos interesses
económicos. Talvez o valor humano tenha sido esquecido pela realidade global, e
daí que as preocupações com os valores humanos ganhem outro tipo de
importância”, frisou Noah Ng, sobre a visão abrangente dos artistas em
performance no Armazém do Boi entre 18 e 19 de Novembro. In “Ponto
Final” – Macau
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