Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Macau - Cinema moçambicano em destaque na Fundação Rui Cunha

O IV Ciclo de Cinema Moçambicano vai ter início na próxima segunda-feira, dia 4 de Novembro. Ao longo de três dias serão mostrados cinco filmes cujo protagonista é Moçambique. Milagres Zacarias Cupula e João Viana, dois dos realizadores dos filmes que serão exibidos na Fundação Rui Cunha, estarão em Macau



São cinco os filmes que vão ser exibidos entre os dias 4 e 7 de Novembro na Fundação Rui Cunha. Os filmes serão exibidos a propósito do IV Ciclo de Cinema Moçambicano e, em comum, têm o país africano. Dois dos realizadores estarão em Macau para interagir com o público, João Viana e Milagres Zacarias Cupula.

“Vamos ter duas longas-metragens, dois documentários e uma animação”, começou por explicar ao Ponto Final Carlos Barreto, vice-presidente da Associação dos Amigos de Moçambique. A longa-metragem que vai abrir o festival no dia 4 de Novembro chama-se “O Comboio de Sal e Açúcar”, do realizador brasileiro Licínio Azevedo. A organização explica que se trata de “uma muito perigosa viagem de comboio por Moçambique devastado pela guerra” em que “os passageiros civis são protegidos e assediados por um grupo de soldados indisciplinados a bordo para combater um exército rebelde no mato”. O filme de Licínio Azevedo é exibido no dia 4 pelas 18 horas. Carlos Barreto diz que é “um excelente filme de acção”.

O dia seguinte começa com animação, com “Os Pestinhas e o Ladrão de Brinquedos”, um filme que é sobre o rapto de crianças, segundo explicou Carlos Barreto. Este filme foi nomeado como melhor animação de 2014 no Africa Movie Academy Awards. O filme de animação, de 12 minutos, passa às 18h30 e, logo depois, segue-se “200 Anos da Ilha de Moçambique”, um documentário que atravessa a história da ilha desde a chegada dos portugueses até à actualidade.

No dia 6 é exibido “Our Madness”, um filme de João Viana, quase sem diálogo, sobre Lucy, uma mulher que está internada num hospício em Moçambique que usa a música para recordar o seu marido e filho. O ciclo de cinema moçambicano fecha com “Na Linha da Frente: Os Fiscais do Parque Nacional da Gorongosa”, um documentário de James Byrne para a National Geographic que mostra os treinos difíceis que os fiscais do parque têm de ultrapassar. A entrada é livre para todas as sessões.

Nos dias 5 e 6, João Viana, realizador de “Our Madness”, e também Milagres Zacarias Cupula, responsável pelo documentário sobre a chegada dos portugueses a Moçambique, estarão presentes na Fundação Rui Cunha disponíveis para dialogar com o público sobre as suas obras. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”




Milagres Zacarias Cupula, cinema dedicado a Moçambique

Em Macau para participar no IV Ciclo de Cinema de Moçambique estará o realizador Milagres Zacarias Cupula, responsável por “200 Anos da Ilha de Moçambique”, que vai passar na Fundação Rui Cunha. Nascido na vila de Mutuali, província de Nampula, no norte de Moçambique, começou a interessar-se pelo cinema desde cedo, tendo partilhado a atenção com a rádio. Mais tarde, estudou cinema no Instituto Vahocha, e em 2014 criou a sua editora de filmes, “Rec Sonhos África”, em Nampula. Além do filme que estará em exibição em Macau, realizou “Sangwa”. Mais tarde, estreou “Mapikoland – a última floresta sagrada” no X Festival Nacional de Cultura de Niassa. Após o lançamento do filme “Caça ao Tesouro”, recebe o convite para preparar a divulgação da imagem da Ilha de Moçambique, no âmbito da celebração do bicentenário, e fez ainda documentários televisivos: “Entrega de Barcos aos pescadores da Ilha de Moçambique”; “Documentário das potencialidades económicas da província de Nampula” e “Educação Bilingue nas províncias de Nampula e Zambézia”.


João Viana, colaborador de Paulo Rocha, Manoel de Oliveira e César Monteiro

O realizador de “Our Madness” nasceu em Angola, mas é filho de pais portugueses. Entre 1988 e 1994, licenciou-se em Direito em Coimbra e estudou cinema no Porto. Em 2007 escreveu ”Olhos Vermelhos” para Paulo Rocha e, mais tarde, acabaria por trabalhar com realizadores como Bonfanti e Joaquim Pinto, e cineastas como José Alvaro, Rob Rombout, Filipe Rocha, Sagueneil, Seixas Santos, Cesar Monteiro, Grilo, Biette, Manoel de Oliveira, Schroeter. Depois disso realizou “A Piscina”, “A Verdade Inventada”, “Alfama”, “O Acordeão”, “Tabarô” e “A Hora de Putsch”, por exemplo.


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