O
Departamento de Recursos Naturais da Geórgia se somou na semana passada à lista
de outros 15 estados americanos, inclusive a Flórida, em alerta por causa da
existência do peixe “cabeça-de-cobra” (Channa argus) - uma espécie
predadora e voraz detectada pela primeira vez nos Estados Unidos no início dos
anos 2000.
Para
as autoridades da Geórgia, os cabeças-de-cobra foram introduzidos
intencionalmente no estado por pessoas que os compraram como peixes
ornamentais, ou em tanques da indústria pesqueira alimentícia. Foram
encontrados também espécies na Flórida, Nova York, Virgínia, Califórnia,
Massachusetts e Maryland.
O
peixe recebe esse nome por causa de sua cabeça achatada. As autoridades querem
estudar os exemplares encontrados no país e mapear sua disseminação para tentar
controlar sua reprodução, que é alta e rápida.
O
alerta pelas autoridades da Geórgia foi lançado no dia 8 de outubro assim que
um pescador capturou o primeiro exemplar desse peixe no Estado, que recomenda
que sejam tiradas fotos dos peixes, “inclusive imagens de detalhe da boca,
barbatana e cauda”, para que possam verificar se é mesmo o peixe, e, de modo
algum devem soltá-lo de volta à água ou – nesse caso bem específico – nem mesmo
na terra.
‘Pode sobreviver fora da água’
Originário
da China, Rússia e da península da Coreia, é uma espécie que pode chegar a
medir mais de 80 centímetros, tem grande apetite e se alimenta de outros
peixes, rãs e pequenos lagartos. E, principalmente, o cabeça-de-cobra possui a
notável capacidade de sobreviver fora da água durante alguns dias – se
arrastando e com pequenos saltos, pode percorrer pequenas distâncias.
As
autoridades locais explicam que os hábitos alimentares desses predadores – por
comerem desde plâncton a outros peixes – pode afetar severamente a oferta de
alimento para outras espécies.
Ainda,
segundo o Departamento, os cabeças-de-cobra podem, além disso, sobreviver em
água com baixas taxas de oxigênio, o que lhes dá uma vantagem competitiva em
relação a outras espécies, como trutas e robalos, que precisam de mais oxigênio.
Todas
as espécies de cabeça-de-cobra podem respirar oxigênio atmosférico, segundo as
autoridades americanas. Alguns respiram tanto o ar atmosférico como o oxigênio
que há na água, e outras devem necessariamente respirar o ar atmosférico para
evitar se sufocarem.
Ao
contrário da maioria dos peixes, o cabeça-de cobra pode sobreviver fora da água
por possuir pequenas bolsas acima das brânquias que funcionam quase como
pulmões. Ele pode afundar e aspirar ar para dentro dessas bolsas e, em seguida,
extrair oxigênio do ar armazenado.
O
primeiro cabeça-de-cobra encontrado, em Maryland em 2002, foi particularmente
preocupante, segundo as autoridades estaduais, porque foram encontrados
exemplares jovens, o que indica que ela está se reproduzindo com êxito no meio
ambiente. In Gazeta News” – Estados Unidos com “BBC”
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