“Estamos
a fazer uma grande batalha em prol da plena mobilidade no espaço da CPLP, para
que ela seja mais do que uma comunidade de estados uma comunidade de cidadãos,
de pessoas e de povos”, disse Jorge Carlos Fonseca, à agência Lusa
O
presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, sublinhou esta quinta-feira a
importância dos festivais literários para atingir a mobilidade cultural plena
na Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) até ao final da
presidência daquele país, em 2020.
“Estamos
a fazer uma grande batalha em prol da plena mobilidade no espaço da CPLP, para
que ela seja mais do que uma comunidade de estados uma comunidade de cidadãos,
de pessoas e de povos”, disse Jorge Carlos Fonseca, à agência Lusa.
O
chefe de Estado, que hoje presidiu à abertura do Folio – Festival Literário
Internacional de Óbidos, sublinhou a importância dos eventos em torno da
literatura para atingir o objetivo de “mobilidade plena” na CPLP, a que Cabo
Verde preside no biénio 2018/2020.
Até
julho, data em que termina a presidência de Cabo Verde, a meta de Jorge Carlos
Fonseca é atingir “100% [de mobilidade]“, através da assinatura de acordos com
os nove países da CPLP para a criação de “uma espécie de um mercado livre
cultural, onde haja livre circulação de escritores, artistas, produtores,
editores, livreiros, artesãos” e de todos os bens culturais.
O
presidente de Cabo Verde falava à Lusa, em Óbidos, depois de, no discurso de
abertura do Folio, ter afirmado que “escritores e artistas são um dos pilares
que mais sustentam essa ideia de uma CPLP feita de povos para os povos”.
A
mobilidade das pessoas foi, segundo o Jorge Carlos Fonseca, um dos objetivos da
atual presidência da comunidade, cujo caminho “passa por estender pontes” entre
os vários países, “para que os fazedores de cultura, os criadores, artistas,
promotores, agentes culturais” beneficiem da livre circulação dos bens
culturais.
“As
nossas sociedades são ricas culturalmente” afirmou, considerando que é através
desse “núcleo [cultural] sólido que a comunidade lusófona se poderá também
afirmar no mundo”.
A
CPLP tem como Estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e a Guiné Equatorial
Jorge
Carlos Fonseca, que é também escritor e poeta, participa no Folio até
sábado, a convite da autarquia de Óbidos.
A
5.ª edição do festival abriu hoje, 10 de Outubro, portas na vila onde, durante
11 dias, decorrerão mais de 210 iniciativas em 450 horas de programação, para
refletir sobre “O Tempo e o Medo”.
Até
ao dia 20, mais de meio milhar de convidados de quatro continentes participam
nas 16 mesas de escritores, 12 exposições e 13 concertos, que compõem a
programação.
Organizado
em cinco capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra e Folio Mais), o Festival
teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros,
comparticipados por fundos comunitários, sendo desde então custeado pela
autarquia e por parceiros institucionais. In “Jornal
Económico” – Portugal com “Lusa”
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