O
embaixador de Cabo Verde em Lisboa, que representa a presidência rotativa da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), revelou que os
estados-membros autorizaram que os EUA avance com o processo para se tornar num
país observador da organização.
Reunidos
em Comité de Concertação Permanente da CPLP, os embaixadores dos nove
estados-membros da organização declararam a sua “não objeção relativamente à
manifestação de interesse dos Estados Unidos de se tornar observador
associado”, afirmou o diplomata de Cabo Verde, país que tem a presidência
temporária daquela entidade, Eurico Monteiro, em declarações à Lusa, no final
da reunião.
Isto
representa uma luz verde aos EUA para avançar com a formalização do processo
que tem de seguir até atingir o estatuto de observador associado.
“O
que ficou deste CCP foi a não objeção ao pedido dos Estados Unidos, de modo a
que possa avançar para as fases seguintes do processo”, adiantou o diplomata
cabo-verdiano.
As
fases posteriores “são a formalização do pedido e o cumprimento das exigências
de documentais” que a CPLP requer para a entrada de um país para a lista de
observadores associados.
Depois
terá de haver uma outra luz verde, aprovação pelos Estados-membros, e a decisão
final na próxima cimeira de chefes de Estado e de governo que decorrerá no
próximo verão, em Luanda, capital de Angola.
Em
meados do mês de setembro, os Estados Unidos da América deram o primeiro passo
para se tornar observador associados da organização dirigindo à Comunidades dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) um pedido por escrito nesse sentido,
revelou, na altura, à Lusa o embaixador de Cabo Verde em Portugal.
“Acabamos
de receber, de facto, um pedido dos Estados Unidos [da América] no sentido de
ser observador da CPLP”, afirmou, na altura, à Lusa o embaixador de Cabo Verde.
Eurico
Monteiro, adiantou, na altura que os Estados-membros iriam “analisar com muita
atenção” o pedido.
O
diplomata cabo-verdiano em Portugal considerou ainda que um país com “a
dimensão dos EUA sempre ajuda a dar maior visibilidade à CPLP, maior prestígio
e será sempre um parceiro” com o qual a organização poderá contar,
“seguramente, nas diversas iniciativas e no reforço da cooperação com os
Estados-membros”, bem como na “mobilização das energias”.
O
estatuto de observador foi criado na segunda cimeira da organização, na cidade
da Praia, em julho de 1998, como resposta ao desejo da CPLP de alargar as
colaborações extra comunitárias.
Em
2005, no Conselho de Ministros da CPLP reunido em Luanda, foram estabelecidas
as categorias de observador associado e de observador consultivo.
Os
Estados que pretendam adquirir o estatuto de observador associado terão de
partilhar os respetivos princípios orientadores, designadamente no que se
refere à promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos
direitos humanos, e prosseguir através dos seus programas de governo objetivos
idênticos aos da CPLP, mesmo que, à partida, não reúnam as condições
necessárias para serem membros de pleno direito daquela organização, segundo o
‘site’ oficial daquela comunidade.
Quanto
às candidaturas, deverão ser “devidamente fundamentadas de modo a demonstrar um
interesse real pelos princípios e objetivos da CPLP”, refere a organização, e
serão apresentadas ao secretariado executivo que, após apreciação pelo comité
de concertação permanente (composto pelos embaixadores dos nove
Estados-membros), as encaminhará para o conselho de ministros, o qual
recomendará a decisão final a ser tomada pela cimeira de chefes de Estado e de
Governo.
Os
observadores associados podem participar, sem direito a voto, nas cimeiras e no
conselho de ministros, sendo-lhes facultado o acesso à correspondente
documentação não confidencial, podendo ainda apresentar comunicações desde que
devidamente autorizados para o efeito. Além disso, podem ser convidados para
reuniões de carácter técnico.
Porém,
qualquer Estado-membro da CPLP poderá, caso o julgue oportuno, solicitar que
uma reunião tenha lugar sem a participação de observadores.
Atualmente,
a CPLP conta com 18 países observadores associado e uma organização que OEI –
Organização de Estados Ibero-Americanos.
Integram
a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tome e Príncipe e Timor-Leste. In “Mundo
Português” – Portugal com “Lusa”
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