Díli
- Quinze jornalistas timorenses receberam certificados de formação do primeiro
ateliê de jornalismo de imprensa, no âmbito de um projeto financiado pela União
Europeia e implementado pelo Camões para melhorar o escrutínio das finanças
públicas.
Na
cerimónia de encerramento do ateliê, o secretário de Estado da Comunicação
Social timorense, Merício dos Reis Akara, destacou a importância dos 'media'
para a "consolidação de uma democracia sólida".
"Este
é um caminho que os nossos jornalistas timorenses e outros profissionais da
área da comunicação social têm de trilhar para contribuir para a promoção do
pluralismo de opiniões de forma consistente e objetiva", afirmou Akara.
"Esta
formação, em especial, contribuiu para a capacitação dos jornalistas em matéria
de jornalismo de imprensa no âmbito das finanças públicas, cuja formação é
fundamental para o crescimento profissional dos nossos jornalistas", disse
ainda na cerimónia que decorreu no Centro Cultural da Embaixada de Portugal em
Dílí.
O
primeiro ateliê de jornalismo de imprensa insere-se nas ações promovidas pela
"Parceria para a melhoria da prestação de serviços através do reforço da
Gestão e Supervisão das Finanças Públicas em Timor-Leste" (PFMO), projeto
cofinanciado pela União Europeia e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da
Língua (a agência de implementação).
O
embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira, sublinhou que a
formação quer ajudar "a desenvolver a capacidade técnica e operacional dos
jornalistas timorenses, especialmente em termos de finanças públicas" e
fortalecer a capacidade de cobertura de temas económicos e financeiros.
"Portugal
continua empenhado em contribuir para a formação de jornalistas timorenses.
Profissionais da comunicação social mais capacitados estarão mais preparados
para aceder a fontes de informação, para informar o público sobre os assuntos
económicos e financeiros, aumentando o escrutínio do uso dos fundos
públicos", disse.
Machado
Vieira recordou que a política de cooperação de Portugal com Timor-Leste na
área de Comunicação Social tem já mais de 15 anos, com "complementaridade
e sinergias" entre as ações bilaterais e as multilaterais, especialmente
no caso da União Europeia.
O
responsável da cooperação da União Europeia, Simon Le Grand, disse que estas
ações de formação são "muito importantes porque o país precisa de
jornalistas que saibam escrever e fazer reportagem com boa qualidade".
O
presidente do Conselho de Imprensa, Virgílio Guterres, também destacou a
importância da capacitação técnica, profissional e intelectual dos jornalistas
timorenses, pedindo aos formandos mais empenho.
"É
preciso o compromisso pessoal, a vontade pessoal, a vocação pessoal. A
excelência da obra depende de uma composição de trabalho excelente, mas também
do engajamento dos jornalistas e profissionais, que devem ter uma sensibilidade
maior", considerou.
As
60 horas ministradas em língua portuguesa dividiram-se em cinco módulos que
incluíram a formação do código deontológico, passando pela escrita, formatos e
técnicas da notícia, culminando na criação de uma reportagem jornalística.
A
formação foi dada pela jornalista portuguesa Isabel Nery, formadora do Cenjor,
e insere-se nas parcerias entre este centro e o PFMO para o fortalecimento dos
profissionais de comunicação social em Timor-Leste.
O
PFMO é um projeto cofinanciado pela União Europeia, no valor de 12 milhões de
euros e pelo Camões IP -- Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, no
valor de 600 mil euros, com o objetivo reforçar o planeamento, a gestão, a
auditoria, a monitorização, a responsabilização e a supervisão do uso das
finanças públicas em Timor Leste, para uma melhor prestação de serviços
públicos.
O
PFMO inclui duas componentes, sendo a Componente 2 dirigida ao apoio e reforço
ao sistema de pesos e contrapesos dos atores estatais e não-estatais, para o
fortalecimento da participação das entidades nacionais no processo de tomada de
decisão e supervisão das finanças públicas. In “Sapo Timor-Leste”
com “Lusa”
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