São
Filipe – O apresentador do livro “Mudjê Krióla” (mulher crioula) de
Chumpa, nome como é conhecido Lino Lopes, desafiou o autor a traduzir o seu
conteúdo, escrito no crioulo, variante do Fogo, para as línguas portuguesa e
inglesa, para sua maior circulação.
O
jornalista Alírio Dias de Pina, que apresentou esta que é a primeira obra
literária do poeta popular Chumpa Lino Lopes, disse que “Mudjê Krióla” é
uma obra interessante, com originalidade própria e escrito no crioulo do Fogo e
que se exprime com força por causa dos ditos populares, e por isso sugeriu a
sua tradução para português para maior circulação no espaço da CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa) e inglês pensando na comunidade emigrada nos
Estados Unidos da América.
Além
da originalidade e da sua qualidade, o apresentador destacou outro aspecto da
obra que é a sua ilustração com quadros do artista plástico Mário Barbosa que,
segundo o mesmo, tornou o livro “extremamente rico e com uma ligação perfeita
entre os versos e as imagens”.
Outrossim,
disse que este primeiro livro de Chumpa Lino Lopes, representa um grande
contributo ao crioulo e aborda um tema interessante ao retratar a mulher nas
suas várias vertentes, quase retomando temas de um dos grandes trovadores da
ilha, Putchota.
Depois
das referências à obra, o apresentador falou da localidade onde nasceu o poeta
Chumpa Lino Lopes, Patim, que, segundo Alírio Dias de Pina, é uma localidade
com muitas histórias desde aparição de Nossa Senhora do Socorro, passando pelo
local de milagre de Boca Santo, as feiticeiras, lampeiras e outras
manifestações culturais de uma comunidade situada entre as duas ribeiras e que
faz parte da obra de Teixeira de Sousa, “Na Ribeira de Deus”.
“Patim
será, no futuro, uma nova centralidade da zona sul do município de São Filipe e
um polo de desenvolvimento que vai conectar todas as localidades vizinhas”,
disse, indicando que é nesta comunidade que possui vários quadros que já
exerceram cargos importantes a vários níveis, que nasceu o poeta e autor do
livro “Mudjê Krióla”.
O
autor agradeceu as pessoas presentes no acto de lançamento da sua primeira obra
poética, constituída por umas dezenas de poesias, dizendo que a obra nasceu de
forma simples e que a homenagem à mulher crioula é por ser filho de uma mulher,
indicando que “a mulher é o retrato mais perfeito criado pela natureza”.
Para
o mesmo, a mulher cabo-verdiana é a mais bonita do universo, confessando que
quando ocorre situações de violência baseado no género contra as mulheres fica
entristecido, facto que o motivou a escrever e a focalizar mais na temática
mulher crioula, o que irá continuar a fazer.
Dos
poemas que constituem o seu primeiro livro, Chumpa Lino Lopes destaca o poema
“mámá di mé”, que é dedicado não só à sua mãe, mas a todas as mães, porque fala
sobre o sacrifício que as mulheres/mães tinham uns anos atrás, trabalhando de
forma forçado e árduo para cuidar, educar e garantir o bem-estar dos seus
filhos. In “Inforpress” – Cabo Verde
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