Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 5 de outubro de 2019

Internacional – É urgente salvar os oceanos

Depois de ter visitado as profundezas do oceano num documentário sobre a Antártica, o actor Javier Bardem está em negociações para interpretar o rei Tritão em “A Pequena Sereia”, projecto que encara com um aliado na luta para salvar os oceanos




No documentário “Sanctuary”, as câmaras seguem Javier Bardem e o seu irmão Carlos até à Antártica, em busca de apoio para a campanha do “Greenpeace” para proteger o oceano sul da depredação humana. Durante a viagem, o actor espanhol entra num pequeno submarino para duas pessoas e acompanha a recolha de amostras de espécimes afectadas pelas mudanças climáticas e pela pesca com redes de arrasto.

“Graças a Deus não sou claustrofóbico… era como um Kinder ovo”, confessou à agência AFP, ressalvando que “estava em boas mãos”.

O actor vencedor do Óscar contou que a sua mãe sensibilizou-o para a importância de “defender sempre as causas que considera justas”, o que se traduziu em tempos recentes no seu envolvimento em causas ambientais. No mês passado, Bardem defendeu nas Nações Unidas a criação de um tratado mundial sobre oceanos.

“O mundo está a observar” e “não podemos dar-nos ao luxo de nos equivocarmos”, disse, instando ainda mais colegas de Hollywood a aproveitarem o seu “potencial” para chegar a milhões de pessoas com vista a fomentarem a mudança.

Em conversas com Rob Marshal sobre o “live-action” de “The Little Mermaid” (“A Pequena Sereia”), Bardem pediu ao realizador para adicionar mensagens ambientais ao filme.

“Temos de aproveitar essa história bonita e incrível escrita por (Hans Christian) Andersen e abordar a poluição dos oceanos”, defendeu Bardem. “Pode-se chegar a milhões e milhões de gerações mais jovens… isso é uma coisa que filmes como esse podem e devem fazer”.

Segundo o actor, Marshall mostrou-se “muito aberto” à sugestão, mas qualquer mudança deve ser aprovada pelo estúdio. “É uma grande maquinaria, não é um realizador de cinema que tem o seu próprio filme onde pode tomar todas as decisões… Isso é a Disney”, apontou.

Bardem reconheceu que cantar no filme da “Pequena Sereia” também o entusiasma por ter dois filhos com a actriz Penélope Cruz, incluindo uma menina de dois anos. “O papá será um herói! Só por isso vale a pena”, brincou.

De resto, a paternidade foi um incentivo para o actor adoptar a causa ambiental com mais garra. “Quando temos um filho, tornamo-nos pais de todas as crianças do mundo. Sei que soa a muito piroso, mas é verdade. Com 18 ou 20 anos dirão: ‘Que vergonha! Sabia da crise e o que fez sobre isso?”.

Bardem diz ser essencial escolher papéis com mensagens importantes. No seu próximo filme, “Dune”, interpreta o líder da última tribo sobrevivente num planeta cujo ecossistema ruiu, obrigada a reciclar saliva, suor e urina para suportar o calor. “Isso pode ser uma realidade em 20 anos”, alertou.

Em “Sanctuary”, reuniu-se com políticos e transmitiu ao vivo da Antártica para impulsar uma campanha que visa angariar 1,8 milhão de assinaturas para criar a maior área protegida do mundo, uma assinatura por cada quilómetro quadrado.

Javier Bardem elogiou ainda o trabalho da activista Greta Thunberg e classificou como “gigante” a greve escolar em prol das mudanças climáticas em todo o mundo, esperando que cause pressão aos políticos. Porém, após a sua própria experiência na ONU num painel composto por cientistas do clima de alto nível, percebeu que o caminho é longo. “Irritou-me muito porque mais de metade da sala estava vazia. É um mau começo”, lamentou, frisando que “isto deveria estar em primeiro lugar na agenda de todos, porque afecta-nos a todos”. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”



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