Quando Lisboa anoitece
como veleiro sem velas
Alfama toda parece
uma casa sem janelas
aonde o povo arrefece
É numa água furtada
no espaço roubado à mágoa
que Alfama fica fechada
em quatro paredes de água
quatro paredes de pranto
Quatro muros de ansiedade
que à noite fazem o pranto
que se acende na cidade
fechada em seu desencanto
Alfama cheira a Saudade
Alfama não cheira a Fado
cheira a povo, a solidão
cheira a silêncio magoado
sabe a tristeza com pão
Alfama não cheira a fado
mas não tem outra canção
Alfama não cheira a fado
mas não tem outra canção
Dulce Pontes – Portugal
Letra: José Carlos Ary dos
Santos - Portugal
Música: Alain Robert
Oulman – Portugal e França
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