Depois de dois anos de adesão ao Fórum Macau, São Tomé e
Príncipe espera ter “muito brevemente” resultados concretos, indicou o director
de Estudos e Políticas Económicas do Ministério das Finanças. Por outro lado, o
secretário-geral adjunto do Secretariado do Fórum Macau destacou o
“desenvolvimento acelerado do investimento bilateral” entre a China e os países
lusófonos
São
Tomé e Príncipe espera “muito brevemente” ter resultados concretos derivados da
sua adesão ao Fórum Macau. Ginésio Valentim Afonso da Mata, director de Estudos
e Políticas Económicas do Ministério de Planeamento, Finanças e Economia Azul,
indicou que “já há equipas nos terrenos a fazer a prospecção das oportunidades
que existem para poder operar”.
O
país integrou a estrutura do Fórum Macau em 2017, estando agora a decorrer
trabalhos de exploração. “As estratégias estão a ser montadas”, comentou, à
margem da cerimónia de encerramento de um colóquio sobre o investimento para os
países lusófonos. Organizado pelo Centro de Formação do Fórum, em colaboração
com a Universidade de Macau, o evento decorreu entre os dias 14 e 27 deste mês,
contando com 30 participantes.
Ginésio
Afonso da Mata considerou que as duas semanas “foram bastante profícuas”,
destacando para além dos conhecimentos académicos o contacto com a vertente
cultural dos outros países. Explicando que o país enfrenta “diversos desafios”,
apontou carências ao nível das infra-estruturas básicas, estradas, portos,
aeroportos e energias, em particular as renováveis. “Encontramos aqui
possibilidades de sinergias para poder ajudar a resolver estes problemas”,
apontou.
Lembrando
que São Tomé e Príncipe “é um pequeno Estado”, notou que, apesar de o mercado
local ser exíguo, há “uma potencialidade enorme ao nível da vizinhança” devido
à sua localização.
Por
sua vez, o director-geral do Turismo de Cabo Verde espera que no espaço de dois
anos o país consiga atingir a meta de um milhão de turistas, qualificando o
destino para turismo sustentável e diversificado. “Cabo Verde é um país de
rendimento médio mas que ambiciona chegar rapidamente a um país de rendimento
avançado, fazendo com que todas as pessoas sejam beneficiadas desse
desenvolvimento”, indicou.
Também
se prevê que Cabo Verde tenha um terminal de cruzeiro em 2021. Este tipo de
turismo exerce um impacto maior junto da ilha de São Vicente, mas o país está a
trabalhar no sentido de qualificar outros portos que “ainda não têm capacidade
para receber navios”. As condições consideradas básicas para o turismo existem,
estando Cabo Verde à procura de desenvolver infra-estruturas no sentido de
desenvolver a qualificação de serviços digitais, tecnologia e inovação.
Relativamente
à contribuição dada pela participação na iniciativa do Fórum Macau para a captação
de turistas, Francisco Sanches Coelho Tavares Martins explicou que “o turismo
baseia-se muito naquilo que é o desenvolvimento do país, na qualificação dos
destino, e a questão do investimento estrangeiro é fundamental para Cabo Verde
e para o desenvolvimento do nosso turismo”.
O
turismo “tem uma preponderância muito grande no PIB cabo-verdiano e a ideia é
trazer a diversificação fora do mercado tradicional, daquilo que é o mercado da
europa ocidental”, indicou, ao explicar que a maior parte dos ‘resorts’ no país
são resultado de investimento estrangeiro. Cabo Verde está a tentar focar-se no
turismo de natureza, expandido para além do “sol e praia”.
Desenvolvimento “célere” do investimento
Em
2003, o valor do investimento directo não-financeiro da China nos países
lusófonos foi de cerca de 56 milhões de dólares americanos, valor que subiu
para 7,3 mil milhões em 2017, frisou o secretário-geral adjunto do Secretariado
Permanente do Fórum Macau para assegurar que o investimento “tem vindo a
desenvolver-se de forma célere”.
No
encerramento do colóquio, Ding Tian acrescentou que investidores da China
criaram mais de 400 empresas nos países lusófonos, em negócios desde a
agricultura aos transportes.
“O
valor do investimento directo dos países de língua portuguesa na China
inscreveu um aumento homólogo de 20% em 2016, e registou-se que mais de mil
empresas investiram na China”, disse, apontando “o desenvolvimento acelerado do
investimento bilateral” como um “suporte relevante para o incremento da industrialização”,
bem como das “infra-estruturas e promoção socioeconómica” dos países
participantes do Fórum.
Ao
discursar no evento, André Filipe Freitas Esteves Brás dos Santos comentou que,
nas semanas de formação, Macau foi “uma capital do espaço lusófono, onde
tivemos a oportunidade de consolidar conhecimento e adquirir novos dentro das
áreas económica, cultural, social e da cooperação para o desenvolvimento”. O
gestor na empresa BCN-Branco Carvalho Neto e representante rotativo do colóquio
considerou que a formação foi “muito profícua” para os participantes, apontando
como um dos pontos altos do programa a participação na Feira Internacional de
Macau.
“Existem
diversas oportunidades de promoção de desenvolvimento em todos os PLP (países
de língua portuguesa), fazendo a ressalva de que por vezes as oportunidades são
numa escala económica muito inferior à generalidade dos investimentos chineses,
nomeadamente as oportunidades que as nossas pequenas e médias empresas
apresentam”, defendeu. Salomé Fernandes – Macau in “Jornal Tribuna
de Macau”
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