Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Organização Mundial do Comércio - Director-geral da Organização Roberto Azevêdo despediu-se do cargo

O director-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, despediu-se do cargo nesta quinta-feira afirmando que a agência está numa “encruzilhada”.

O embaixador, que passou sete anos no comando da OMC, afirmou que o trabalho realizado por ele tentou aproximar a agência da realidade do século 21 com medidas que têm impacto não só no comércio mundial, mas na vida das pessoas. Segundo Azevêdo, muito ainda tem de ser alcançado na agência.


Ronda de Doha

Roberto Azevêdo lembrou do Acordo de Facilitação do Comércio, em Bali, com regras para promover mais crescimento e desenvolvimento, e dos desafios enfrentados com a Ronda de Doha, sobre a flexibilização do comércio mundial. Para Azevêdo, a Ronda foi uma tarefa mais difícil e que ainda reserva vários desafios para se chegar a um consenso.

O director-geral citou algumas vitórias como a eliminação de tarifas, no valor de US$ 1,3 trilião, sobre a geração de novos produtos de tecnologia. A medida é resultado do Acordo de Tecnologia da Informação, assinado em Nairobi, em 2015.

O embaixador contou que a OMC foi tomada por “fortes ventos políticos” e tensões sobre o comércio internacional.

Para Azevêdo, muitas políticas sócio-económicas dos países não fizeram tudo que poderiam para assegurar os benefícios do comércio para todos.

Revolução Digital

O chefe da agência diz que a Ronda de Doha não pode ser abandonada e que mais tem de ser feito para avançar com as negociações sobre subsídios à pesca, discussões no sector agrícola e outros tópicos importantes.

Roberto Azevêdo afirma que uma das urgências da OMC é o comércio digital, parte da realidade do século 21, e que ocorre décadas após a revolução do sector. Ele lembra que a agência tem agora 164 países-membros, e que a receita de um modelo único para todos não funciona na OMC, marcada pela diversidade dos seus integrantes e as suas diferentes realidades macroeconómicas.

O embaixador brasileiro agradeceu aos colaboradores da OMC e aos familiares pelo apoio recebido no cargo. Renunciou faltando um ano para completar o segundo e último mandato.

Roberto Azevêdo desejou sorte ao sucessor, que ainda não foi escolhido.

Os países que apresentaram candidatos foram México, Nigéria, Egipto, Moldávia, Quénia, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Reino Unido.

Três são mulheres (Coreia do Sul, Quénia e Nigéria).  Em meados de julho, todos apresentaram as suas propostas no processo de selecção e eleição, que deve durar algumas semanas. ONU News – Nações Unidas

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