A Escola de Ciências da Universidade do Minho está a ajudar a revitalizar os oásis de tamareiras no Norte de África, levando à sua produção sustentável e à maior valorização. Trata-se do projeto GreenPalm, que desde 2020 junta ainda parceiros de Tunísia, Itália e Espanha e é financiado pela Parceria para a Investigação e Inovação na Região Mediterrânica
A
tâmara é uma fonte de cálcio, potássio, magnésio e fibras, reduzindo o risco de
doenças neurodegenerativas, osteoporose, enfarte, cancro e stress. Com a sua
maior procura e valor comercial, esta fruta passou a ser cultivada em grande
escala e num regime de monocultura, sobretudo na variedade mais procurada
(Deglet Nour).
Essa
prática reduziu a diversidade genética da tamareira e empobreceu a
biodiversidade microbiana dos solos no Saara tunisino, alerta Teresa Lino Neto,
que na UMinho é professora do Departamento de Biologia e investigadora do
Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA). “O ideal é recuperar e
valorizar os cultivares tradicionais, utilizando diferentes variedades de
tamareiras e até de espécies vegetais para aumentar a riqueza microbiana
naqueles solos, pois a monocultura continuada impede a plasticidade biológica
nos solos e a diversidade de microrganismos capazes de combater adversidades
naturais, como uma vaga de calor”, nota.
No
GreenPam, que está a terminar, a equipa portuguesa recolheu amostras de solo e
de folhas de tamareiras, demonstrou pela identificação molecular que cada
variedade de tamareira tem um microbioma próprio e estudou ainda micróbios,
adaptados a climas desérticos, que possam servir para medidas de biocontrolo
contra pragas e doenças da tamareira. “Esses micróbios foram isolados da planta
e têm potencial como alternativa ao uso de pesticidas e fertilizantes
químicos”, esclareceu Teresa Lino Neto.
No
consórcio do projeto, a equipa italiana complementou o estudo com a análise da
diversidade genética de tamareiras, enquanto a espanhola incidiu nos compostos
e na composição das tâmaras para rentabilizar subprodutos da cultura da
tamareira, como o caroço, e a sua possível comercialização por cooperativas
locais. Já a Tunísia detém os oásis e o conhecimento da forma como se cultiva
aquela fruta. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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