Espetáculos de Portugal, Brasil e São Tomé e Príncipe se
revezam em apresentações no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul e no Auditório
da Embaixada de Portugal
Chega
a Brasília um recorte do FESTLUSO – Festival de Teatro Lusófono, que promove a
integração do teatro de língua portuguesa produzido nos diferentes países
lusófonos. O chamado Módulo Circulante do Festival apresenta, ao longo de
quatro dias, cinco espetáculos de três continentes, em sessões na Sala Marco
Antônio Guimarães do Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul e no Auditório da
Embaixada de Portugal.
A
Abertura Oficial, no dia 22 de agosto, será com “Caim”, adaptação do célebre
romance de José Saramago pela Prólogo Produções Artísticas, do Rio de Janeiro.
O espetáculo poderá ser visto às 18h, no Auditório da
Embaixada de Portugal.
O
FestLuso foi criado em 2008, em Teresina/Piauí, com a proposta de propiciar o
encontro e a troca de experiências, fazendo uma imersão na linguagem das artes
cênicas dos países de língua portuguesa espalhados pelo mundo. A iniciativa deu
tão certo que o festival já está na 15ª edição, realizando um importante
trabalho de intercâmbio continuado e sistemático e de aproximação entre
criadores, produtores, artistas e investigadores que utilizam o teatro como
linguagem em países como Angola, Portugal, Cabo Verde, Moçambique,
Guiné-Bissau, Timor Leste, São Tomé e Príncipe e Brasil.
Módulo circulante
Em
Brasília, o FestLuso apresentará espetáculos de países de três continentes - Portugal,
Brasil e São Tomé e Príncipe. A programação estreia no Auditório da Embaixada
de Portugal com a encenação de “Caim”, com dramaturgia e direção da roteirista
carioca Teresa Frota. O trabalho é uma adaptação do último romance escrito pelo
grande escritor José Saramago, em 2009 – ele viria a falecer no ano seguinte.
Na montagem, todos os personagens do livro são interpretados por um único ator,
Henri Pagnoncelli. A adaptação leva para a cena a provocação bem-humorada,
inteligente e ácida que Saramago faz à narrativa bíblica.
No
mesmo dia 22, mas às 20h e na Sala Marco Antônio Guimarães do Espaço Cultural
Renato Russo, será possível conhecer o talento do ator português António Revez,
da companhia Lendias d’Encantar, da cidade de Beja/Portugal, com o espetáculo
“No Limite da Dor”. Dirigido pelo encenador cubano Julio César Ramírez, o
trabalho leva para o palco os registros e testemunhos presentes no livro “No
Limite da Dor – A tortura nas prisões da PIDE”, de Ana Aranha e Carlos Ademar.
Em cena estão as histórias de cinco presos políticos que passaram pelas prisões
da Polícia Internacional e de Defesa do Estado – PIDE, durante o chamado Estado
Novo de António Salazar, ditador que comandou Portugal, com mão de ferro, por
36 anos.
A
programação segue no Espaço Cultural Renato Russo nos dias 23, 24 e 25 de
agosto, apresentando o trabalho da companhia Fio d’Azeite – Marionetas Chão de
Oliva, da cidade de Sintra / Portugal, quem vem em dose dupla, apresentando, no
dia 23, sexta-feira, às 20h, “Confiando (confinado)”, vencedor do Prémio
Nacional de Artes do Espetáculo Maria João Fontaínhas 2020. Criado durante a
pandemia de Covid-19, o trabalho de marionetes trata da experiência do
isolamento e da (re)descoberta do universo pessoal, composto de memórias e da
compreensão dos ciclos da vida.
Na
noite do sábado, dia 24, será possível conhecer a história de Amílcar Cabral,
uma das figuras mais importantes da luta contra o colonialismo português na
África, através do espetáculo “Amílcar Geração”, que tem texto e encenação
assinados por Guilherme Mendonça. O Ator Ângelo Torres dá vida ao líder
revolucionário, político, agrônomo e teórico marxista nascido na Guiné-Bissau,
que marcou o pensamento panafricanista e as lutas pela emancipação nacional no
Terceiro Mundo. O trabalho quer recuperar o pensamento e atuar contra o
apagamento sistemático de Amílcar Cabral.
E
encerrando a programação em Brasília, no domingo, dia 25, às 18h, o FestLuso
apresentará a companhia Fio d’Azeite – Marionetas Chão de Oliva com “Segredo do
Rio”, uma adaptação da obra do grande escritor português Miguel Sousa Tavares,
com encenação e interpretação de Nuno Correia Pinto. Voltado para público a
partir dos 6 anos de idade, o espetáculo aborda, de maneira poética e delicada,
a importância de se preservar a natureza, a partir da amizade entre os seres
humanos e os animais. In “Mundo Lusíada” - Brasil
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