Cerca de dois anos depois do colapso das Antigas Muralhas, junto à Estrada de São Francisco, o Instituto Cultural deu início aos trabalhos preliminares para o seu restauro. O organismo liderado por Leong Wai Man revelou ao Jornal Tribuna de Macau que a previsão é de que a recuperação da muralha esteja concluída no segundo trimestre do próximo ano
No
mês passado, o Instituto Cultural (IC) deu início aos “trabalhos preliminares”
para o restauro das Antigas Muralhas da cidade, que em 2022 colapsaram devido a
uma derrocada junto à Estrada de São Francisco. Em concreto, fez-se “a
instalação de andaimes de acordo com a necessidade de execução da obra e a
realização de análises e testes dos materiais de restauro”.
Numa
fase posterior, o organismo liderado por Leong Wai Man “irá proceder à
recuperação da muralha de acordo com o seu estilo original, as técnicas e os
materiais da muralha, prevendo-se a sua conclusão no segundo trimestre de
2025”, revelou o IC em resposta ao Jornal Tribuna de Macau.
Na
sequência do deslizamento de terras, as autoridades avançaram com a demolição
de 10 metros da muralha, devido a “perigo iminente”, e, em Junho do ano
passado, anunciaram que iram ser demolidos mais cinco metros por ainda
apresentar riscos de segurança. A parte da muralha que ainda se mantém intacta
tem cerca de 22 metros.
Antes
de ter dado início aos trabalhos preparativos para o restauro, o IC elaborou
planos de restauro de paredes de chunambo, estudou a matéria-prima, os
componentes e as técnicas tradicionais das mesmas, bem como confirmou os
materiais e procedimentos de restauro.
O
organismo está a colaborar com o Centro Experimental de Conservação de
Edifícios Históricos da Universidade de Tongji, em Xangai, para que este dê o
seu parecer sobre os planos de restauro que serão levados a cabo. Esta
instituição académica do Interior da China já ajudou no restauro das muralhas
da Fortaleza do Monte, possuindo “vasta experiência” na reparação das paredes
de chunambo de Macau, segundo o IC.
Os
trabalhos de restauro da muralha envolvem o reforço do talude e o restauro das
paredes de chunambo. Numa fase inicial, a Direcção dos Serviços de Obras
Públicas ficou responsável por realizar obras de consolidação e ordenamento do
talude na parte inferior da muralha e pelos trabalhos de monitorização,
“garantindo a segurança e a estabilidade do talude”.
Recorde-se
de que a muralha sofreu um desmoronamento parcial, o qual se deveu, de acordo
com o resumo do relatório final de inspecção sobre o colapso, à estrutura com
partes em falta e deterioradas da própria parede de contenção em alvenaria
abaixo da Antiga Muralha, à realização simultânea de duas obras, que
representou mais um risco à segurança, assim como às chuvas torrenciais de 8 de
Junho de 2022, que enfraqueceram ainda mais a estabilidade da parede de
contenção em alvenaria. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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