A
Petrolífera norte-americana Exxon adiou, pelo terceiro ano consecutivo, a
decisão final de investimento sobre o projecto de exploração de gás natural em
Moçambique, colocando em dúvida um investimento de 30 mil milhões de dólares.
Entretanto, as autoridades moçambicanas dizem não ter sido notificadas ainda
sobre um adiamento do anúncio da decisão.
Em
contacto sexta-feira (05) com o “Notícias”, o presidente do Instituto Nacional
de Petróleo (INP), Carlos Zacarias, disse que “a última informação disponível é
que a Exxon estava a trabalhar com vista à concretização da decisão final do
investimento”.
Informações
avançadas pela a agência de informação Bloomberg, citando o vice-presidente da
empresa, Neil Chapman, durante uma conversa com analistas, indicam que não há
previsão sobre quando será tomada a decisão final de investimento para a
fábrica de gás natural na Bacia do Rovuma, já que a petrolífera precisa de
garantir o fornecimento de energia por parte da fábrica vizinha, operada pela
francesa Total.
“A
Exxon também precisa de avaliar as condições gerais do mercado”, disse Chapman,
sem explicar ao que se referia em concreto.
O
Governo de Moçambique conta com o investimento da petrolífera norte-americana
para começar a exportar gás natural liquefeito e assim equilibrar as finanças
públicas e financiar o desenvolvimento económico.
A
Exxon lidera o consórcio que inclui a Eni, a China National Petroleum, a Kogas,
a portuguesa Galp e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, e desde 2018 que tem
os contratos de venda de gás assinados com os clientes estrangeiros, tendo
recebido em 2019 “luz verde” do Governo moçambicano.
Para
o analista da Bloomberg Intelligence citado no artigo, a aprovação do projecto
Rovuma LNG está altamente dependente da descida dos custos, da situação de
segurança, de um potencial acordo de partilha de recursos com a Total e do
facto de estar, ou não, na lista de projectos com elevada prioridade” para a
empresa.
Moçambique
aprovou três projectos para a exploração de gás natural ao largo da costa de
Cabo Delgado.
Há
dois projectos de grande dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do
mar para a terra, exportando-o em estado líquido. Um é liderado pela Total
(consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro o
projecto adiado da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um
terceiro projecto mais avançado e de menor dimensão pertence também ao
consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e
processar o gás para a exportação directamente no mar, com arranque marcado
para o próximo ano.
A
plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de
gás natural liquefeito. A Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da
Área 4 prevê 15 mtpa.
Actualmente,
o projecto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África,
avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de
investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante. In “Jornal
de Notícias” – Moçambique
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