Brasília
– Os Governos de Portugal e do Brasil assinalam hoje, conjuntamente, o Dia
Internacional da Mulher através de uma homenagem a militares envolvidas em
operações de manutenção de paz pelo mundo.
Num
vídeo difundido hoje nas redes sociais, e com os testemunhos de oito militares
portuguesas e brasileiras, os ministérios da Defesa de ambos os países destacam
o trabalho feminino feito em missões internacionais e o seu contributo para a
paz global.
“No
Dia Internacional da Mulher, Portugal dá testemunho de elevado valor que
atribui à presença das mulheres nas Forças Armadas, e ao seu contributo único
para a paz internacional. Parabéns”, destacou o ministro da Defesa Nacional de
Portugal, João Gomes Cravinho, citado no vídeo de homenagem.
Já
o seu homólogo brasileiro, Fernando Azevedo e Silva, aproveitou a efeméride
para exaltar a “dedicação e o profissionalismo” com que as militares das Forças
Armadas do Brasil “servem a Nação, e que é motivo de orgulho” para o país
sul-americano.
Sobre
as suas experiências em cenários internacionais, a capitão-de-fragata Carla
Araújo, com 24 anos de carreira na Marinha do Brasil, destacou a missão de paz
que realizou na Republica Centro-Africana e frisou que, por muitas vezes,
“sentiu que não era capaz”, mas que a confiança nos “seus talentos, intuição e
capacidade” foram fundamentais.
“Este
meu sonho, eu nunca achei que fosse capaz de fazer isto, mas hoje sou muito
grata. Fui atrás do que eu acreditava, contei com as pessoas que eu amava e sou
muito mais feliz”, contou Carla Araújo.
Já
a tenente-coronel Ivana Mara, do Exército brasileiro e com passagem pela missão
de paz no Haiti, espera que sejam fortalecidas oportunidades “para homens e
mulheres, de maneira igual”, no ramo militar.
“Vejo
que muitas portas estão a ser abertas para nós, mulheres. Muitas estão a
assumir funções de comando, pela sua dedicação, pela sua capacidade. Vejo hoje
que o homem e a mulher, independente do número, acabam por se complementar, com
novas ideias, com diferentes visões. Acho que aí está o golo, o sucesso da
organização”, sustentou, por sua vez, a major brasileira Luanda Bastos, com
missões no Congo e no Sudão.
Do
lado lusitano, a major Susana Marques, da Força Aérea Portuguesa e que realizou
missão de paz na Colômbia, declarou que ao longo da sua carreira sempre se
sentiu reconhecida e aconselhou todas as mulheres que se queiram tornar
militares “que o façam sem medos”, garantindo que o empenho e respeito
concedidos ao serviço militar serão retribuídos “na mesma proporção”.
“Sinto
que abri muitas portas às gerações vindouras, a jovens determinadas, como eu,
que poderão ter uma profissão e uma carreira nas Forças Armadas”, advogou a
capitão-tenente portuguesa Reys Santos, frisando que nos seus 23 anos de
carreira na Marinha descobriu o “verdadeiro sentido da expressão família
naval”, onde encontrou “um elevado espírito de camaradagem”, que permitiu levar
as missões a bom porto.
O
total de militares portugueses em forças nacionais destacadas em missões
internacionais de manutenção de paz é de 560, sendo que 25 são mulheres. O
contingente nacional na Missão de Treino da União Europeia na República
Centro-Africana (EUTM RCA) é composto por 57 militares, dos quais quatro são
mulheres: três portuguesas e uma brasileira, segundo dados da Embaixada de
Portugal em Brasília.
Já
na Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na
República Centro-Africana (Minusca) estão presentes 191 militares, sendo que
seis são mulheres. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário