Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 10 de março de 2021

Timor-Leste - Diretora de patologia do Laboratório Nacional de Saúde orgulha-se do trabalho que realiza


Díli – Começou a trabalhar no período de ocupação indonésia e não mudou de local de trabalho por querer contribuir, através da sua profissão, para o laboratório timorense.

Maria Dolores de Jesus, proveniente de Lautém, é Diretora de Patologia Clínica e Microbiologia do Laboratório Nacional de Saúde (LNS). É com orgulho que assume as suas funções e a ambição diária é disponibilizar resultados rigorosos dos testes.

“Os médicos precisam do nosso trabalho e temos de ter um resultado acurado para que possam receitar os medicamentos apropriados aos pacientes”, diz.

“Os meus estudos como técnica de laboratório permitem-me desempenhar o papel de analista de forma rigorosa. Posso fazer algo de bom pelos timorenses”, acrescenta a analista, visivelmente orgulhosa.

Enquanto diretora, as suas funções tornam-se ainda mais pertinentes à medida que a pandemia da covid-19 alastra pelo mundo e particularmente por Timor-Leste. “Muitas pessoas continuam assustadas, mas nós, no laboratório, já não. Isso foi apenas no início”, afirma.

A pandemia mudou muita coisa no laboratório, porque a equipa, além da habitual realização dos testes de rotina a outras doenças, agora precisa de tempo para os testes à covid-19: “Temos de gerir o tempo para lidar com este surto”.

Além disso, com o auxílio dos parceiros de desenvolvimento, toda a equipa tem de participar em várias atividades, como a formação para a prevenção do surto.

“Muitas pessoas têm medo da covid-19. Como diretora, tenho de orientar os meus técnicos do laboratório. Faço-o com carinho e deposito toda a minha confiança neles para efetuar os testes [PCR]”, conta.

Maria Dolores lidera três equipas do LNS, cada uma com cerca de 17 elementos. Os três grupos dividem as tarefas: recolher as amostras, receber e confirmar e, por fim, rotular na sala de análises.

“Em Timor-Leste, o ritmo de propagação do vírus da covid-19 ainda é lento, quando comparado com outros países na Europa. Mesmo assim, como mulher e mãe, tenho de cuidar dos meus filhos [técnicos do laboratório], quando vão efetuar os testes à covid-19, porque têm família em casa”, afirma.

A analista timorense, que assiste as pessoas com um sorriso em qualquer ocasião, destaca a importância do seu trabalho no combate à covid-19: “Quando pensamos em Timor, devemos fazer alguma coisa. Estudamos para sermos analistas. Temos de lutar

contra qualquer surto e estar prontos para disponibilizar os resultados corretos”.

“Quando analisamos amostras e encontramos casos ativos, há sempre uma preocupação [dos técnicos], mas lembramo-nos que usamos equipamentos de proteção individual. É um procedimento que não devemos esquecer para nos protegermos”, acrescenta.

No âmbito da covid-19, entre fevereiro e 02 de março, as suas equipas já analisaram mais de dez mil amostras.

Gerir a vida pessoal e profissional nem sempre é fácil. A filha de Tomás da Costa e de Ana da Costa tem de dividir o seu tempo entre a família e o trabalho, mas tem de trabalhar até à noite, fora do seu horário, para supervisionar o trabalho dos técnicos do laboratório.

Maria Dolores deixa uma mensagem a todas as mulheres timorenses para que se esforcem em qualquer contexto, dando o exemplo aos seus filhos.

“Orgulho-me de ser uma mulher timorense e respeito a minha cultura. Assumo a minha responsabilidade de mãe e de profissional de saúde perante o meu país”, conclui. Maria Auxiliadora – Timor-Leste in “Tatoli”

 


 

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