O
estudo realizado por Rui Lima e coordenado por Nuno Silva, ambos pertencentes
ao Instituto
de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de
Medicina da Universidade do Minho, demonstrou que a administração do
medicamento Levetiracetam após lesão medular ajuda a proteger o tecido nervoso
e promove a recuperação de movimentos de modelos animais com paraplegia ou
tetraplegia.
“Quando
sofremos uma lesão medular, podemos ficar paraplégicos ou tetraplégicos
dependendo do nível da medula onde sofremos a lesão. Ao usar este medicamento
na fase aguda, até 4 horas após a lesão, conseguimos notar vantagens em termos
futuros: há uma melhor recuperação funcional”, explica Nuno Silva, em
comunicado.
Nuno
Silva decidiu testar o medicamento numa condição neurotraumática onde é
importante proteger o tecido nervoso após a lesão.
“Esta
função neuroprotetora é crucial. Após as lesões medulares, há uma libertação em
excesso do neurotransmissor glutamato, que origina uma activação exagerada dos
neurónios – e que geralmente conduz há morte da maioria deles, impedindo o
tecido neural de se manter funcional”, sublinha.
Acrescenta
que “o que este fármaco faz é ajudar os astrócitos a recolher estes
neurotransmissores em excesso e ‘levá-los’ novamente para dentro das células,
protegendo o tecido e dando mais hipóteses para que ocorra plasticidade neural
e recuperação funcional”.
“Nós
observamos resultados promissores quer em lesões torácicas que simula pacientes
paraplégicas, quer em lesões cervicais que simula pacientes tetraplégicos”,
refere o investigador em neurociências.
Isto
pode originar novas abordagens na clínica, como a administração do fármaco em
urgência para proteger o tecido neural, na fase aguda da lesão, pode ler-se em
nota enviada.
“Depois,
numa fase em que a pessoa já está a recuperar, esta função protetora que o
medicamento dá, será essencial. Pode ser a diferença entre uma pessoa ser capaz
de fazer reabilitação física ou não. E é muito importante esta possibilidade de
reabilitação para voltar a ganhar funções motoras”, finaliza. In “Jornal
Médico” - Portugal
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