Lisboa
– Os nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
deram hoje parecer favorável ao segundo plano de integração da Guiné Equatorial
na organização, com um custo estimado de 170 mil euros no primeiro ano de
execução, 2021.
Numa
reunião extraordinária do Comité de Concertação Permanente (CCP) da CPLP, que
decorreu hoje por videoconferência, os embaixadores dos Estados-membros deram
‘luz verde’ ao plano, a executar em dois anos, começando já em 2021, disse, em
declarações à Lusa após o encontro, o embaixador de Cabo Verde em Lisboa, país
que detém actualmente a presidência rotativa da organização.
Segundo
Eurico Monteiro, o orçamento deste plano só para o ano de 2021 é “relativamente
modesto em termos de recursos financeiros que envolve, (…) com uma estimativa
[de custos] inferior a 170 mil euros”.
Ainda
de acordo com o diplomata cabo-verdiano, “este plano será financiado por
contribuição dos Estados-membros e da Guiné Equatorial”.
“A
Guiné Equatorial contribuirá com uma quantia que será inferior a 60 mil euros e
a parte restante será contribuição dos Estados-membros, numa quantia inferior a
cem mil euros”.
Uma
fatia do orçamento para 2021, de cerca de 20 mil euros, será assegurada pela
Confederação Empresarial da CPLP, soube a Lusa junto de fontes da organização.
O
segundo programa de apoio à integração da Guiné Equatorial na CPLP define dois
novos eixos de ação – desenvolvimento económico e comunicação social.
A
CPLP desenvolveu um primeiro programa para promover a integração da Guiné
Equatorial – o país, o único falante de espanhol em África, aderiu à
organização em 2014 – e, após uma missão de observação realizada em 2019, ficou
decidido em Conselho de Ministros de Negócios Estrangeiros que seria desenvolvido
um novo plano de acção.
Neste
novo plano, o desenvolvimento económico e comunicação social juntam-se aos
eixos previstos no primeiro programa: promoção da língua portuguesa, acervo ou
educação institucional, património cultural, sociedade civil e direitos
humanos.
Aquando
da sua adesão, a Guiné Equatorial comprometeu-se a cumprir um roteiro de
integração que previa, entre outros aspetos, a promoção do uso da língua
portuguesa e a abolição da pena de morte.
Em
declarações à Lusa no mês passado, Eurico Monteiro ressalvou que este plano
pretende ser “um instrumento teoricamente eficaz” para dar resposta à razão que
a Guiné Equatorial evoca para “não cumprir” o programa de adesão à organização.
“O
que a Guiné Equatorial tem dito é que para efetivar o programa de adesão
precisava de assistência dos Estados-membros” e agora, “está aqui este
programa, com a disponibilização dos Estados-membros para, na medida do
possível, ajudarem”, acrescentou.
Depois
do parecer positivo de hoje do CCP, o documento segue agora para aprovação pelo
Conselho de Ministros, no próximo dia 26, antes de ser submetido à conferência
de chefes de Estado e de Governo, prevista para Julho próximo, em Luanda.
Além
da Guiné Equatorial, integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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