A vila de Palma, em Cabo Delgado, região norte de Moçambique, estava na tarde desta quarta-feira (24) sob tiroteio e a população está em fuga, disseram à Lusa diferentes fontes que estiveram em comunicação com a sede do distrito que acolhe os projetos de gás do norte do país
Na
vila ouvem-se disparos de metralhadora e a população está em fuga após relatos
da entrada de grupos armados a partir de dois locais, no lado sul que dá acesso
a Mocímboa da Praia e em bairros de Palma na ligação para Nhica do Rovuma.
Segundo
uma das fontes, os contactos deixaram de funcionar pouco tempo depois dos
primeiros telefonemas a dar conta da situação, pelo que são conhecidos poucos
detalhes. As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas mantêm forte
presença em Palma, acrescentou.
Outra
fonte em contacto com Palma indicou que há estabelecimentos a ser assaltados.
Uma outra confirmou a fuga da população e deu conta de que há helicópteros a
sobrevoar a vila. A Lusa tentou obter informação junto das Forças de Defesa e
Segurança (FDS), mas sem sucesso.
A
instabilidade em Palma surge no dia em que o Governo moçambicano e a
petrolífera Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial
de Afungi, adjacente à vila de Palma, após reforço das condições de segurança.
A
violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento
multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a
provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil
mortes.
Algumas
das incursões foram reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico entre
junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua pouco
clara. In “África 21 Digital” – Brasil com “Lusa”
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