O
sector empresarial privado, representado pela Confederação das Associações
Económicas de Moçambique (CTA), diz que a anulação da obrigatoriedade do uso do
Terminal Especial de Exportação de Nacala (TEEN) não está a acontecer
efectivamente e, como consequência, o contínuo uso obrigatório está a afectar a
competitividade das exportações moçambicanas e embaraça o ambiente de negócios.
“A
despeito da eliminação da obrigatoriedade legal do uso do Terminal Especial de
Exportação de Nacala – TEEN, através de uma Ordem de Serviço aprovada em 2017,
nota-se que, na prática, o uso do terminal continua sendo obrigatório e
continua afectando negativamente a competitividade das exportações realizadas
por via do Porto de Nacala, distorcendo o ambiente de negócios”, refere a CTA
em análise.
No
documento, o sector privado aponta como principais factores para a não
operacionalização da Ordem de Serviço que elimina a obrigatoriedade do uso do
TEEN, a inexistência de uma alternativa ao TEEN, o que faz com que o TEEN
continue sendo o único terminal disponível em Nacala e a exigência do carimbo
do TEEN para que a mercadoria seja liberada pelo porto para o carregamento no
navio.
Em
termos de impacto, a CTA concluiu que a obrigatoriedade do uso do TEEN no
ambiente de negócios traduz-se num aumento do custo de exportação em cerca de
435 USD, em média, significando uma variação de cerca de 109%, e no aumento do
tempo de exportação em 360 horas, em média, correspondente a uma variação em
cerca da 672%.
“Face
ao ônus que a obrigatoriedade do uso deste terminal impõe ao sector
empresarial, recomenda-se que o Governo adopte medidas necessárias para
assegurar que a Ordem de Serviço, que elimina esta obrigatoriedade, seja
efectivamente implementada”, adverte a Confederação.
O
TEEN foi criado em 2010, através de um despacho do Ministro das Finanças e
entrou em funcionamento a 19 de Abril de 2011, tendo sido concessionado a
empresa NCL & Africa, Import and Export Lda, que, desde então, tem sido
responsável pela gestão do mesmo. O objectivo que norteou a criação deste
terminal, segundo a Direccão Geral das Alfândegas, derivou da necessidade de
descongestionar o Porto de Nacala e facilitar o processo de manuseamento da
carga e demais processos portuários.
Um
ano após a entrada em vigor do funcionamento do TEEN, foi aprovada a Ordem de
Serviço 4/GD/DGA/2012 de 18 de Janeiro de 2012, que estabelece a
obrigatoriedade do uso deste terminal para todas as operações de exportação de
mercadorias através do Porto de Nacala, com a excepção das mercadorias em
trânsito.
Este
terminal localiza-se a 14 km do Porto de Nacala e, segundo reporta a CTA,
funciona como uma estrutura independente e desarticulada do Porto, o que,
aliado às taxas elevadas e à morosidade do processo afecta negativamente a
competitividade das exportações e o ambiente de negócios. Evaristo Chilingue
- Moçambique In “Carta de Moçambique”
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