Testar
os limites dos computadores atuais, quando aplicados a problemas do domínio
financeiro, e explorar modelos de computação quântica é o objetivo de um
projeto de investigação de Cláudio Gomes, aluno da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
O
projeto, que faz parte da sua tese de mestrado, mereceu a atenção da Fundação
Calouste Gulbenkian, que lhe atribuiu uma bolsa no âmbito do programa “Novos
Talentos em Tecnologias Quânticas”, que tem como objetivo «estimular nos jovens
a apetência para a investigação em Tecnologias Quânticas, possibilitando o
desenvolvimento de competências nacionais nesta área».
Em
particular, o estudo vai centrar-se no problema de otimização de um portefólio
de ativos financeiros, isto é, «perante um conjunto de ativos, o objetivo é
que, em cada momento, os computadores quânticos sejam capazes de decidir que
ativos comprar/manter/vender de modo a maximizar o lucro num dado horizonte
temporal», explica Cláudio Gomes, esclarecendo que, «para um conjunto de ativos
e um horizonte temporal realistas, a necessidade de cálculos computacionais
cresce para valores astronómicos, impossíveis de realizar recorrendo a um
programa de computador clássico».
Por
isso, a estratégia passa por explorar novos modelos de computação: «Um
computador quântico tem potencial para resolver inúmeros problemas que um
computador clássico não consegue solucionar em tempo útil. Esta vantagem é
conhecida como Supremacia Quântica. Para além dos referidos problemas
financeiros, outros exemplos de problemas que podem beneficiar da elevada
capacidade de cálculo proporcionada por computadores quânticos, incluem a
modelação eficiente de reações químicas e decifração de segredos em
criptografia», destacam os orientadores do aluno, João Paulo Fernandes e
Gabriel Falcão, docentes do Departamento de Engenharia Informática e do
Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, respetivamente.
«Numa
altura em que se vão acumulando cada vez mais evidências de que a computação
quântica poderá atingir impacto industrial mais cedo do que o esperado,
antecipa-se que as contribuições a realizar possam mostrar caminhos para
acelerar ainda mais esse impacto», acrescentam.
A
bolsa tem o valor pecuniário de 2500 euros e a duração de 10 meses. Os
docentes da FCTUC salientam que «estas bolsas são extremamente competitivas e
concedidas a um número muito reduzido de alunos e investigadores. Por isso,
mais do que o valor pecuniário em causa, o financiamento atribuído honra-nos e
motiva-nos muitíssimo». Universidade de Coimbra - Portugal
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