Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Macau – Casa de Portugal continua sem abrir o seu restaurante

Há já três meses que a Casa de Portugal tem de pagar renda pelo espaço onde deverá funcionar o restaurante “Lvsitanvs”, na “Casa de Vidro”, no Tap Seac, porém, o estabelecimento ainda não tem licença para operar. Sem conseguir apontar um prazo para a obtenção da documentação exigida para a respectiva operação, Amélia António disse ao Jornal Tribuna de Macau que o Instituto Cultural quer que o espaço funcione logo no início de 2021



Um ano passou desde que a Casa de Portugal venceu o concurso público que lhe concedeu um espaço na “Casa de Vidro”, no Tap Seac, onde deverá funcionar o restaurante “Lvsitanvs”, porém, o estabelecimento ainda não abriu portas e não é possível saber, com certeza, quando isso acontecerá.

“Não conseguimos ainda que nos recebessem o pedido da licença, porque de cada vez que vamos entregar acham que é preciso mais qualquer coisa. Depois dizem que não têm culpa, porque quem fez o concurso é que devia ter posto logo esses documentos todos. Tínhamos de estar a funcionar em Setembro e, mesmo assim já estava mal, porque estavam a contar o tempo a partir de Novembro, quando só fizemos a escritura no fim de Abril. Dizem que, como tínhamos a chave, estão a contar desde essa data, como se pudéssemos fazer o que quer que fosse com a chave”, começou por referir a presidente da Casa de Portugal em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.

“Já estamos há três meses sem poder fazer nada. Estamos a pagar renda e sem funcionar, mas com tudo feito. Pedem papéis e mais papéis, alguns nem sentido fazem, porque é uma obra que está feita e está a ser tratada como se fosse nova”, lamentou Amélia António.

O Instituto Cultural (IC) disse agora que o restaurante tem de estar a funcionar a 1 de Janeiro. “Continuamos a não conseguir entregar os papéis e não é só isso. Estamos a pagar renda para nada e a perder tempo do contrato. Os três anos que era suposto, agora já são só dois. Isto é um problema calamitoso”, frisou.

Amélia António explicou que é necessário pedir esta licença, porém, apesar do edifício estar construído, é preciso passar pelo menos processo como se fosse preciso criar tudo de raiz. “Está tudo feito, só temos de equipar a cozinha, mas temos de apresentar os projectos de arquitectura, esgotos, electricidade, como se estivéssemos a fazer uma obra de raiz, o que é completamente tonto. Depois começaram outro tipo de problemas, como dizerem que tem de se apresentar uma autorização do dono para que se faça a obra”.

Assim, a Casa de Portugal dirigiu-se ao IC que, por sua vez, indicou que o proprietário é a Direcção dos Serviços de Finanças que acabou por conceder a tal autorização. Contudo, a associação ainda está à espera de outra a indicar que o espaço pode ser usado para fins comerciais.

“Não podemos fazer nada por causa da licença. Temos as coisas para pôr lá, para fazer as ligações, mas não podemos porque não temos a licença. Não vamos fazer obras no chão, nem nas paredes, nada. Vamos equipar aquilo e pôr tomadas para ligar as coisas, mas não são obras de base, só que para eles é como se fosse. Começámos pelo livrinho das instruções para estas coisas, mas depois começaram com estas exigências por causa de ser um edifício público. Mas, exactamente por ser um edifício público e aprovado para aquele fim é que não devia levantar problemas”, defendeu Amélia António.

Recorde-se que o espaço concedido à Casa de Portugal na “Casa de Vidro” foi parcialmente inaugurado em início de Dezembro do ano passado. Amélia António estava bastante optimista quanto à abertura do restaurante naquele local, porém, a pandemia trouxe algumas dificuldades. Agora, não avança nenhum prazo para a abertura a não ser o solicitado pelo IC. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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