Muito
já se escreveu sobre o primeiro imperador do Brasil, mas em “O Coração do Rei –
A vida de dom Pedro I: o grande herói luso-brasileiro”, publicada pela Edições
de Janeiro, a obra externa facetas pouco conhecidas do jovem impetuoso em seus
36 anos.
Com
curiosidade jornalística, apurada pesquisa em documentos e periódicos de época,
a jornalista e escritora Iza Salles retrata um estadista astuto, negociador,
gestor, respeitoso filho, pai apaixonado e um defensor das liberdades
democráticas, ainda que nascido em berço autoritário.
O
absolutismo que moldara na infância sua índole indomável nele se alternava com
a admiração incontida pelos princípios do constitucionalismo, por cuja beleza
fora arrebatado muito jovem. Resistia a se deixar comprimir nos moldes
constitucionais, mas, ao mesmo tempo, submetia-se a eles. (O Coração do Rei,
p.253)
O
fio condutor da emocionante narrativa é frei Antônio de Arrábida, religioso que
acompanhou dom Pedro em praticamente toda a sua vida. A escolha de um narrador
para contar a história nasceu das muitas referências feitas por Otávio
Tarquínio de Sousa ao frei nos três volumes de sua obra, “A vida de Pedro I”. A
importância do religioso na trajetória do rei tinha sido, até então, ignorada.
Em
O Coração do Rei, outros três religiosos ajudam a narrar os acontecimentos nos
dois lados do Atlântico, e que fazem emergir o perfil de dom Pedro de forma
precisa. Ao fim da obra, o leitor constata que, na verdade, trata-se dos três
maiores historiadores brasileiros do século XX, hoje quase esquecidos, a quem
Iza Salles presta homenagem.
A
jornalista formada em 1965 pela então Universidade do Brasil, presa política
pela ditadura em 1970, foi repórter em jornais de resistência como Opinião e
Pasquim.
Às
vésperas de completar o bicentenário da independência – em 2022 –, livros
prenunciam os eventos comemorativos que terão como marco a reinauguração do
Museu do Ipiranga, marco da emancipação brasileira.
Princesa Isabel
O
golpe que proclamou da República do Brasil, data comemorada em 15 de novembro,
marcou o fim do Segundo Reinado e impediu que a Princesa Isabel assumisse o trono.
“Alegrias
e Tristezas”, título da obra dos historiadores Bruno da Silva Antunes de
Cerqueira e Maria de Fátima Moraes Argon, é a tradução de como D. Isabel
descreveu sua vida em uma pequena autobiografia em 1908. O lançamento é a maior
obra já publicada sobre a personagem e tem 888 páginas.
Bruno
e Fátima desfazem mitos, explicam e esmiúçam muitas informações erradas e
contraditórias sobre a Princesa Isabel com base em mais de 20 anos de
pesquisas. Com mais de 70 ilustrações, a produção apresenta a força da
personagem histórica e aborda o golpe militar que implantou a República e
impediu D. Isabel de assumir o Terceiro Reinado.
Outro
destaque da produção é a análise sobre a própria expressão “Princesa Isabel”:
os autores revelam que contém uma armadilha teórica que minimiza a participação
dela no processo da Abolição da Escravatura no Brasil.
“Se
é procedente o postulado de que a expressão Princesa Isabel é absurdamente
popular e enraizada no Brasil, é de outro lado forçoso reconhecer que essa
“popularidade” é acompanhada de um desconhecimento abissal e impressionante
sobre sua vida e obra. Em outras palavras, D. Isabel é a Princesa Isabel
justamente porque quase nada se sabe sobre ela, salvo que tenha assinado a Lei
Áurea.”
(Alegrias
e Tristezas, pág. 128)
O
livro apresenta ainda a cronologia da vida da princesa e tabelas com todos os
homens e mulheres a quem D. Isabel conferiu títulos de nobreza.
O
livro traz, ainda, cadernos de imagens inéditas e mais de mil notas de rodapé,
genealogias dos ancestrais e descendentes de D. Isabel, manuscritos originais
dos seus textos e análise de todas as biografias já produzidas sobre ela. In “Mundo
Lusíada” - Brasil
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