O
Ministro português da defesa deslocou-se a Boulogne-sur-mer, juntamente com uma
comitiva de oficiais. Foi uma deslocação para a reinauguração do Memorial
português no cemitério de Boulogne Est. Depois de Boulogne, a comitiva passou
por Ambleteuse et Richebourg.
Esta
visita do Ministro João Gomes Cravinho foi uma forma de honrar os soldados
portugueses que participaram na I Guerra Mundial.
O
LusoJornal tem evocado o caso de soldados portugueses que faleceram durante a I
Guerra Mundial e que estão sepultados bem longe de Richebourg: na Holanda, na
Polónia, na Inglaterra…
Lembremos
aqui três soldados que estão bem perto de Richebourg e que por razões que não
se compreendem bem, ficaram sepultados em cemitérios alemães, embora em
território francês: dois em Salomé (1) e um em Bauvin (2), distantes
respetivamente de 15 e 20 quilómetros de Richebourg.
Os
três soldados foram considerados prisioneiros, tendo falecido antes do fim da
Grande Guerra.
Os
dois soldados em Salomé são tidos como “soldados desconhecidos”, mas o de
Bauvin chamar-se-ia “Silver”. Este último encontra-se na cova n°1807, enquanto
os dois soldados portugueses desconhecidos de Salomé têm como número de
túmulos, 1883 e 1686. O do túmulo da esquerda – o número 1883 – está enterrado
entre soldados alemães que morreram em 14 e 15 de abril de 1918. Podemos, pois,
supor que foi também numa dessas datas que morreu este soldado português
desconhecido.
Na
“totenlist” recuperámos indicações de Silver / Silvar, que traduzimos do
alemão: “Classe e unidade desconhecida. Falta de informações adicionais. Morreu
em 14/04/18 após um tiro no estômago. Enterrado no cemitério de guerra. Túmulo
individual n°1.213. Notificado pelo hospital militar em 28/04/18. Arquivo
22.598/W”.
Numa
outra “lista de totens” sobre Silver/Silvar temos quase a mesma informação,
apenas a data da morte varia, 12/04/18. O número do túmulo da época é o mesmo –
embora não seja o mesmo número atualmente, algo que não é surpreendente, dado
as transformações que houve no cemitério.
Também
estes 3 soldados têm o direito de não serem esquecidos. Não seria uma
oportunidade de repatriar dos dois soldados portugueses do cemitério de Salomé
e do cemitério de Bauvin, para o Cemitério Militar Português de Richebourg? Christina
da Costa e António Marrucho – França in “LusoJornal”
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