Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 3 de novembro de 2020

França - I Guerra Mundial: os três soldados portugueses esquecidos em Salomé e Bauvin

 


O Ministro português da defesa deslocou-se a Boulogne-sur-mer, juntamente com uma comitiva de oficiais. Foi uma deslocação para a reinauguração do Memorial português no cemitério de Boulogne Est. Depois de Boulogne, a comitiva passou por Ambleteuse et Richebourg.

Esta visita do Ministro João Gomes Cravinho foi uma forma de honrar os soldados portugueses que participaram na I Guerra Mundial.

O LusoJornal tem evocado o caso de soldados portugueses que faleceram durante a I Guerra Mundial e que estão sepultados bem longe de Richebourg: na Holanda, na Polónia, na Inglaterra…

Lembremos aqui três soldados que estão bem perto de Richebourg e que por razões que não se compreendem bem, ficaram sepultados em cemitérios alemães, embora em território francês: dois em Salomé (1) e um em Bauvin (2), distantes respetivamente de 15 e 20 quilómetros de Richebourg.

Os três soldados foram considerados prisioneiros, tendo falecido antes do fim da Grande Guerra.

Os dois soldados em Salomé são tidos como “soldados desconhecidos”, mas o de Bauvin chamar-se-ia “Silver”. Este último encontra-se na cova n°1807, enquanto os dois soldados portugueses desconhecidos de Salomé têm como número de túmulos, 1883 e 1686. O do túmulo da esquerda – o número 1883 – está enterrado entre soldados alemães que morreram em 14 e 15 de abril de 1918. Podemos, pois, supor que foi também numa dessas datas que morreu este soldado português desconhecido.

Na “totenlist” recuperámos indicações de Silver / Silvar, que traduzimos do alemão: “Classe e unidade desconhecida. Falta de informações adicionais. Morreu em 14/04/18 após um tiro no estômago. Enterrado no cemitério de guerra. Túmulo individual n°1.213. Notificado pelo hospital militar em 28/04/18. Arquivo 22.598/W”.

Numa outra “lista de totens” sobre Silver/Silvar temos quase a mesma informação, apenas a data da morte varia, 12/04/18. O número do túmulo da época é o mesmo – embora não seja o mesmo número atualmente, algo que não é surpreendente, dado as transformações que houve no cemitério.

Também estes 3 soldados têm o direito de não serem esquecidos. Não seria uma oportunidade de repatriar dos dois soldados portugueses do cemitério de Salomé e do cemitério de Bauvin, para o Cemitério Militar Português de Richebourg? Christina da Costa e António Marrucho – França in “LusoJornal”

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