Uma equipa de cientistas identificou uma nova espécie de primata, que vive nas florestas do centro do Myanmar e cuja pelagem cinzenta emoldura o seu rosto como uma máscara. Chama-se Popa langur e, apesar da sua descoberta recente, encontra-se em risco de extinção
A
sua descoberta foi recente, mas sua existência é antiga. Esta espécie, batizada
de Popa langur, existe há pelo menos 1 milhão de anos, segundo um estudo
revelado nesta quarta-feira na publicação científica "Zoological
Research".
Após
uma longa investigação, especialistas do Centro Alemão de Primatas (DPZ) e a
ONG Fauna e Flora Internacional (FFI) identificaram o pequeno primata, que mede
entre 50 e 60 centímetros. Trata-se de uma espécie de langur
("Trachypithecus"), espécie que habita o subcontinente indiano e o
Sudeste Asiático.
A
nova espécie ter-se-á separado de outros langures há cerca de 1 milhão de
anos", indicou Christian Roos, investigador do DPZ. Os seus fatores de
distinção são a cor cinzenta, comprimento da cauda e tamanho do crânio, segundo
os especialistas.
Este
primata obteve este nome devido ao monte Popa, local sagrado construído sobre
um antigo vulcão localizado no centro do Myanmar e onde foi localizado o grupo
mais numeroso da espécie, com cerca de uma centena de espécimes. Foram,
entretanto, identificados outros três grupos de "Trachypithecus popa",
todos no centro do Myanmar, num total de 200 a 250 espécimes.
A
exiguidade dos seus números fez soar logo o alerta, já sugere que a espécie se
encontre em risco de extinção crítico. "Recém-identificado, o Popa langur
já corre risco de extinção", advertiu Frank Momberg, um dos investigadores
do FFI, citado em comunicado, recomendando de imediato a adoção de medidas de
proteção.
"A
FFI e outros farão mais estudos em campo e tomarão agora medidas de proteção
urgentes para preservar os langures", anunciou o primatólogo Ngwe Lwin, do
projeto birmanês da ONG. In “Sapo 24” – Portugal com “MadreMedia / AFP”
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