O
ministro português da Defesa admitiu nesta quarta-feira a possibilidade de
enviar forças militares para ajudar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo
Delgado, em função do que as autoridades do país pretendam, destacando a
experiência na área da formação.
“Portugal
está disponível. Moçambique é um país irmão, da CPLP (Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa), um país com o qual sentimos grande proximidade e estamos
obviamente sempre disponíveis. Em primeira linha, compete às autoridades
moçambicanas estabelecer aquilo que entendem por útil. Portugal está
completamente disponível”, disse Gomes Cravinho.
Após
a apresentação de um livro do Estado-Maior-General das Forças Armadas sobre as
missões na República Centro-Africana das FND portuguesas, entre 2017 e 2020, no
polo da Amadora da Academia Militar, Gomes Cravinho foi questionado pelos
jornalistas sobre a disponibilidade de Portugal para apoiar Moçambique no
combate ao terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique.
O
ministro da Defesa sublinhou que “Portugal tem múltiplas valências que têm sido
visíveis” nas Forças Nacionais Destacadas e destacou que Portugal tem “uma
longa experiência de trabalho com Moçambique”.
“Há
também um diálogo com a União Europeia (UE) e, havendo uma missão da UE,
naturalmente Portugal participaria, mas temos a nossa cooperação bilateral, que
continuará e será seguramente reforçada neste âmbito”, concluiu Gomes Cravinho.
O
primeiro-ministro, António Costa, comunicou terça-feira com o presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, e anunciou uma próxima cimeira bilateral entre os
dois países, no segundo semestre de 2021, em Maputo.
A
violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma
crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas,
sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial,
Pemba.
A
província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração
de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das
incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico
desde 2019. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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