A
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) quer reforçar a sua
participação e ter posições comuns nas convenções e reuniões multilaterais
sobre o ambiente, com destaque para as conferências das Nações Unidas sobre as Alterações
Climáticas.
A
ambição está na declaração final da 8.ª reunião dos ministros responsáveis pelo
Ambiente nos Estados-membros da CPLP, que decorreu hoje por videoconferência, e
lida pelo ministro do Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, país que detém a
presidência pro tempore da comunidade lusófona.
O
ministro cabo-verdiano disse que os responsáveis pelo Ambiente na CPLP querem
reforçar a participação e a busca pela concertação de posições comuns da
comunidade assim como a negociação no contexto das reuniões dos acordos
multilaterais do ambiente, sobretudo nas conferências das Nações Unidas sobre
as Alterações Climáticas (COP).
A
comunidade lusófona quer ainda ter uma única voz tanto a nível da
convenção-quadro das Nações Unidas sobre alterações climáticas como na convenção
da biodiversidade, no combate à desertificação e em todas as demais convenções
em matéria do ambiente.
“Nós
participamos em várias reuniões globais, designadamente as conferências das
partes e deveremos, enquanto espaço, defender posições bastante harmonizadas e
comuns. Deve haver esta articulação”, defendeu Gilberto Silva.
“Evidentemente
que a nível do ambiente nós podemos ver que há problemas ambientais globais,
mas a ação para a resolução dos problemas ambientais globais deve ser
implementada a nível local”, apontou o porta-voz da reunião ministerial da
comunidade lusófona.
O
ministro cabo-verdiano disse que cada país tem ações que desenvolve a nível
local, nacional e regional, mas que vão dando a sua contribuição na discussão e
na construção de “soluções viáveis e aceites” por todos a nível das convenções
internacionais e das conferências das partes que têm sido realizadas todos os
anos.
Os
ministros responsáveis pelo Ambiente da CPLP subscreveram ainda uma carta de
compromisso por um mar sem lixo, que vai exigir uma “política muito forte” para
reduzir as ameaças aos ecossistemas marinhos pelos resíduos.
Gilberto
Silva disse que a questão da poluição provocada pelas máscaras usadas para
proteção contra a covid-19 não foi tratada na reunião, mas que a declaração em
si já abrange esta “grande preocupação” ambiental.
“Sabemos
que há uma relação muito forte com a gestão dos resíduos em terra com a gestão
dos resíduos no mar, por conseguinte nós, ao termos esse compromisso, estaremos
a adotar tudo o que é tecnicamente recomendado”, sublinhou o ministro.
“Mas
estamos em crer que os sistemas de gestão dos resíduos sólidos urbanos em todos
os países estarão à altura da solução deste problema”, perspetivou Gilberto
Silva, indicando que os países recomendaram a estruturação de uma proposta de
Plano de Ação 2021/203, decorrente do Plano Estratégico de Cooperação em
Ambiente da CPLP.
Os
países lusófonos recomendaram, entre outros pontos, um debate alargado e
transversal sobre alterações climáticas, constituição da rede de reservas de
biosfera da UNESCO, implementação da década das Nações Unidas sobre restauração
dos ecossistemas, pagamento de serviços ambientais, intercâmbio e cooperação
para educação ambiental.
A
8.ª reunião dos ministros do Ambiente da CPLP decorreu sob o tema “Reforçar a
Cooperação para reduzir a perda da biodiversidade e enfrentar as alterações
climáticas”, durante a qual foram abordados os desafios ambientais e as
respostas a nível regional e global.
Os
Estados-membros da organização são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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