Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Timor-Leste – Parceria com a Organização Internacional do Trabalho restabelece estradas em Liurau

Falta de acesso às escolas, aos mercados e hospitais permanece um desafio para muitas comunidades em Timor-Leste, principalmente durante a crise da pandemia. Uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho para restabelecer estradas nas áreas montanhosas, em Liurau, está a ajudar a melhorar a vida de muitos



Duas mulheres em Timor-Leste estão a ajudar a estabelecer contatos entre comunidades de Liurai, nas montanhas do país, com a capital em Díli. Com isso, muitos timorenses passaram a aceder, mais facilmente, aos serviços básicos como escolas, hospitais e mercados.

A iniciativa é resultado de um projeto de parceria com a Organização Internacional do Trabalho, OIT, e as autoridades locais da nação de língua portuguesa, no sudeste asiático.

Trabalho formal

A falta de acesso foi afetada pela pandemia do novo coronavírus deixando famílias inteiras ainda mais isoladas. 

Uma das trabalhadoras, a timorense Adelina da Silva falou com orgulho do primeiro emprego formal que teve na vida.

Adelina corta arbustos, apara galhos e realiza outras ações para liberar a passagem de pessoas e veículos. Contou que é a primeira vez que é contratada e paga para trabalhar.  

Esta é a mesma situação da colega Francisca Mendonça.  As duas realizam os serviços que garantem o bom funcionamento das estradas limpando bueiros, removendo o mato e até reparando buracos no asfalto.

O programa de reabilitação das estradas é apoiado pela OIT como parte de uma iniciativa do Governo de Timor-Leste, “Estradas para o Desenvolvimento” que é financiado pela Austrália.

Pessoas com deficiência

Além de fornecerem um acesso para os mercados e serviços, estas passagens são tidas como vitais para as comunidades remotas. O programa também leva emprego aos timorenses em áreas rurais incluindo pessoas com deficiência, mulheres e jovens.

Francisca Mendonça contou como a família dela tinha que caminhar a pé por mais de duas horas para levar os produtos para o mercado, onde eram vendidos por cerca de US$ 20.

Agora, o trajeto foi reduzido para 30 minutos em transporte público e a família consegue transportar mais quantidade chegando a fazer US$ 100 de uma só vez.

Uma vez ao mês, ela atua como voluntária de um projeto de saúde nas comunidades visitando os pacientes em casa, um serviço ainda mais necessário em épocas de pandemia.

Gastos escolares

A manutenção da Estrada de mais de 10 km é feita três vezes por semana e gera um salário mensal de US$ 60 para as trabalhadoras. 

Adelina da Silva contou que utiliza parte do salário para ajudar os irmãos com os gastos escolares como uniformes e livros.  Já Francisca paga as mensalidades do colégio dos filhos.

Logo após a pandemia, elas tiveram que parar por causa do confinamento e retornaram ao trabalho na produção agrícola. 

Mas com a reabertura, voltaram à manutenção das estradas utilizando os cuidados como uso de máscara e lavagem de mãos.

Com a experiência, Adelina disse que está mais confiante para se candidatar a outros empregos. Na próxima estação, planeia ir à Austrália para trabalhar na colheita de frutas e ajudar os irmãos a estudarem numa universidade para terem um futuro melhor. ONU News – Nações Unidas

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