Falta de acesso às escolas, aos mercados e hospitais permanece um desafio para muitas comunidades em Timor-Leste, principalmente durante a crise da pandemia. Uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho para restabelecer estradas nas áreas montanhosas, em Liurau, está a ajudar a melhorar a vida de muitos
Duas
mulheres em Timor-Leste estão a ajudar a estabelecer contatos entre comunidades
de Liurai, nas montanhas do país, com a capital em Díli. Com isso, muitos
timorenses passaram a aceder, mais facilmente, aos serviços básicos como
escolas, hospitais e mercados.
A
iniciativa é resultado de um projeto de parceria com a Organização Internacional
do Trabalho, OIT, e as autoridades locais da nação de língua portuguesa, no
sudeste asiático.
Trabalho formal
A
falta de acesso foi afetada pela pandemia do novo coronavírus deixando famílias
inteiras ainda mais isoladas.
Uma
das trabalhadoras, a timorense Adelina da Silva falou com orgulho do primeiro
emprego formal que teve na vida.
Adelina
corta arbustos, apara galhos e realiza outras ações para liberar a passagem de
pessoas e veículos. Contou que é a primeira vez que é contratada e paga para
trabalhar.
Esta
é a mesma situação da colega Francisca Mendonça. As duas realizam os serviços que garantem o
bom funcionamento das estradas limpando bueiros, removendo o mato e até
reparando buracos no asfalto.
O
programa de reabilitação das estradas é apoiado pela OIT como parte de uma
iniciativa do Governo de Timor-Leste, “Estradas para o Desenvolvimento” que é
financiado pela Austrália.
Pessoas com deficiência
Além
de fornecerem um acesso para os mercados e serviços, estas passagens são tidas
como vitais para as comunidades remotas. O programa também leva emprego aos
timorenses em áreas rurais incluindo pessoas com deficiência, mulheres e
jovens.
Francisca
Mendonça contou como a família dela tinha que caminhar a pé por mais de duas
horas para levar os produtos para o mercado, onde eram vendidos por cerca de
US$ 20.
Agora,
o trajeto foi reduzido para 30 minutos em transporte público e a família
consegue transportar mais quantidade chegando a fazer US$ 100 de uma só vez.
Uma
vez ao mês, ela atua como voluntária de um projeto de saúde nas comunidades visitando
os pacientes em casa, um serviço ainda mais necessário em épocas de pandemia.
Gastos escolares
A
manutenção da Estrada de mais de 10 km é feita três vezes por semana e gera um
salário mensal de US$ 60 para as trabalhadoras.
Adelina
da Silva contou que utiliza parte do salário para ajudar os irmãos com os
gastos escolares como uniformes e livros.
Já Francisca paga as mensalidades do colégio dos filhos.
Logo
após a pandemia, elas tiveram que parar por causa do confinamento e retornaram
ao trabalho na produção agrícola.
Mas
com a reabertura, voltaram à manutenção das estradas utilizando os cuidados
como uso de máscara e lavagem de mãos.
Com
a experiência, Adelina disse que está mais confiante para se candidatar a
outros empregos. Na próxima estação, planeia ir à Austrália para trabalhar na
colheita de frutas e ajudar os irmãos a estudarem numa universidade para terem
um futuro melhor. ONU News – Nações Unidas
Sem comentários:
Enviar um comentário