A petição “Português para Todos”, que defende ensino gratuito de português no estrangeiro, ultrapassou os 3000 assinantes e os promotores renovaram hoje o apelo para conseguir as assinaturas necessárias para ver o assunto discutido no parlamento
“A
petição ‘Português para Todos – Pelo direito das nossas crianças e jovens a um
Ensino de Português no Estrangeiro de qualidade e gratuito’ superou as 3000
assinaturas (3008), adicionando os apoios obtidos ‘online’ e em papel”, disse à
agência Lusa Pedro Rupio, conselheiro das comunidades portuguesas eleito pela
Bélgica e promotor da iniciativa.
A
petição, lançada em dezembro de 2019, pretende defender o ensino de português
para as crianças e jovens portugueses e lusodescendentes residentes no
estrangeiro.
“As
decisões políticas que foram e estão a ser tomadas têm progressivamente levado
à extinção do ensino de português como língua materna para os filhos e
descendentes de emigrantes, decisões que desejamos reverter”, adianta o texto
da petição.
Em
2008, prossegue o mesmo texto, havia 60 mil alunos portugueses a frequentar a
Rede oficial do Ensino de Português no Estrangeiro (rede EPE), eram apenas 45
mil após a introdução da propina em 2012, número que continuou a diminuir ano
após ano.
Por
isso, entre as medidas reclamadas estão a revogação da propina, a mudança de
tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Ministério da Educação e
a expansão da rede EPE para jovens portugueses e lusodescendentes, dentro e
fora da Europa.
Com
a meta das 4000 assinaturas necessárias para que a petição seja discutida no
parlamento ainda longe, Pedro Rupio, que preside também ao Conselho Regional da
Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas, renovou o apelo para que a
iniciativa seja apoiada.
“É
nossa intenção alcançarmos as 4000 assinaturas antes da aplicação das novas
regras [sobre o direito de petição] pois visto o contexto particular das
comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, será muito difícil alcançar 7500
assinaturas”, explicou Pedro Rupio.
O
projeto de alteração à lei do exercício do direito de petição, que passa a
estipular 7500 o número mínimo de assinaturas necessárias para levar uma
petição para debate no Parlamento, viu a sua redação final aprovada em comissão
a 30 de setembro.
Se
não for novamente vetado pelo Presidente da República, como já aconteceu,
deverá ser publicado nos próximos dias e entrará em vigor no dia seguinte ao da
publicação.
“Uma
nova exigência que poderá ser um entrave considerável à participação das
comunidades portuguesas na democracia nacional por via das petições”, assinalou
o conselheiro.
Por
isso, Pedro Rupio pede apoio para que a petição chegue às “4000 assinaturas
ambicionadas, com a esperança de alcançar essa meta antes de uma eventual
aplicação do Projeto de Lei”. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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