Um
grupo de cientistas de cinco países da América do Sul lançou a plataforma Botos
Amazónicos. Esta ferramenta tem o objetivo de fornecer informações sobre os
“golfinhos de rio” da região amazónica– e traz diversos dados sobre as espécies
como distribuição geográfica, estimativas populacionais, ameaças e barreiras
naturais.
O
objetivo é que a plataforma ajude nos processos de tomada de decisão e no
planeamento de ações para a conservação destes mamíferos. A plataforma tem
acesso gratuito e está disponível em inglês, com as versões em espanhol e
português em produção. Para quem quer conhecer tudo sobre estes animais, foi
lançado também um storymap com informações resumidas
em português, que está disponível para consulta pública.
De
todas as espécies de golfinhos de rio, o boto-cor-de-rosa da Amazónia é a
maior: os machos podem chegar a medir 2,5 metros de comprimento e pesar até 200
quilos. As fêmeas, um pouco menores, chegam a medir 2,2 metros e a pesar 150
quilos. O corpo é flexível, visto que precisam de ser ágeis para se desviarem
de obstáculos, como troncos caídos na água, e para capturar as suas presas.
Além de peixes, eles podem comer também moluscos e crustáceos.
No
Brasil, há pescadores que os caçam e matam ilegalmente, transformando-os em
isco para um peixe-gato a que chamam piracatinga. Isto está a pôr a espécie
numa situação de extrema vulnerabilidade. Em Janeiro deste ano, deixou de estar
em vigor uma moratória contra a pesca de piracatinga. Ambientalistas e
investigadores têm apelado à sua renovação. “São criaturas muito especiais,
extremamente inteligentes e podem demonstrar um conjunto de comportamentos
semelhante ao dos humanos”, disse Natanael dos Santos, da Reserva Mamirauá,
dirigida pelo instituto de investigação Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazónia (INPA), citado pelo site científico Mongabay.
O
que distingue estes golfinhos de outros é a lenta transformação de cinzento
para cor-de-rosa, à medida que vão envelhecendo. O seu comportamento e
exposição à luz solar também têm influência na mudança de tom do boto
cor-de-rosa — ou “boto vermelho”, como é conhecido no Brasil. Apesar de todos
os esforços por parte de investigadores e ambientalistas para impedirem o seu
desaparecimento, este mamífero encontra-se “em perigo de extinção” na lista
vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da
Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). In “Green
Savers Sapo” - Portugal
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