Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Macau - A Lusofonia em tempos de Covid

O Festival da Lusofonia este ano voltou a contar com três dias de animação e convívio entre as várias comunidades a viver em Macau. O Ponto Final falou com António Machado, coordenador do Festival da Lusofonia, que fez um balanço positivo do evento, apesar de todas as condicionantes que se vivem em tempos da pandemia da Covid-19



“Mesmo com as restrições todas e as medidas que tiveram de se tomar à entrada, o público aderiu bastante e compreendeu a sua necessidade, por orientação dos Serviços de Saúde” contou António Machado, coordenador do Festival da Lusofonia, em declarações ao Ponto Final. O festival este ano, tal como nos anos anteriores, voltou a contar com uma grande afluência de pessoas. “A comunidade lusófona aqui radicada, e principalmente a comunidade chinesa, aderiram muito à festa, portanto o resultado é positivo”, continuou Machado.

Em relação ao número de pessoas que atenderam ao festival, António Machado diz que se notou a mesma afluência comparativamente ao ano passado, com cerca de 20 mil participantes. “A maioria dos participantes foram residentes locais, mas mesmo assim houve muita adesão à festa, com muita gente a participar”, prosseguiu.

Questionado sobre se o festival correu de acordo com as expectativas da organização, Machado respondeu afirmativamente, apesar de no início ter havido alguma preocupação em relação ao público, se ia aderir ou não, pois as medidas obrigatórias relacionadas com a protecção contra a epidemia foram algo de novo e, de certo modo, “inconvenientes”, principalmente no procedimento das entradas, aguardando em fila, medição da temperatura, exibição do código de saúde e utilização de máscara. Porém, o coordenador assegurou que a maioria cumpriu os procedimentos “sem problemas”, talvez por sentirem já falta de eventos deste género, segundo Machado, considerando que essa terá sido uma das razões de ter havido este nível de participação, com números praticamente iguais aos do ano passado.

António Machado afirma que, pelo que foi observado pela organização este ano, a sexta feira esteve com um atendimento “muito bom”, com um sábado “ainda melhor”, sendo este normalmente o dia forte e com os maiores destaques musicais do cartaz. O domingo, em contrapartida, esteve muito mais fraco a nível de público, segundo o responsável, mas mesmo assim não com números muito abaixo da média, pois o terceiro dia do festival é normalmente o mais fraco.

Machado admite ter estado “um bocado reticente” em relação aos espectáculos deste ano. Os grupos dos países lusófonos não puderam participar, devido às restrições de viagem causadas pela pandemia, e só actuaram grupos locais, “na maioria amadores e sem grande experiência de palco”, explicou. Apesar disso, diz ter sido uma boa surpresa para a organização ter visto que o público de Macau aderiu bastante aos espectáculos e no apoio aos artistas locais, que “são bons e talentosos”. “A reacção do público aos grupos locais foi muito positiva e isso foi claro na reacção do público. A aposta resultou bem!”, sublinhou Machado.

No que diz respeito às medidas de segurança implementadas para o festival, Machado diz que, nas entradas “correu tudo bem”, com as pessoas a seguir em fila ordenadamente, apesar da grande afluência em certas alturas, mas que no decorrer do festival foi difícil controlar as medidas implementadas, como a questão do uso da máscara. “As pessoas têm calor e acabam por se esquecer de as pôr”, prosseguiu. Apesar dos vários avisos pela rádio a relembrar as pessoas para usarem a máscara, o coordenador admite ser muito difícil implementar estas medidas neste tipo de eventos, apesar dos esforços feitos pela organização. Acrescenta ainda que foi providenciado desinfectante em várias zonas do recinto, com lembretes a dizer para as pessoas lavarem as mãos e respeitarem as distâncias. Joana Chantre – Macau in “Ponto Final”

 

joanachantre.pontofinal@gmail.com

Sem comentários:

Enviar um comentário