O Festival da Lusofonia este ano voltou a contar com três dias de animação e convívio entre as várias comunidades a viver em Macau. O Ponto Final falou com António Machado, coordenador do Festival da Lusofonia, que fez um balanço positivo do evento, apesar de todas as condicionantes que se vivem em tempos da pandemia da Covid-19
“Mesmo
com as restrições todas e as medidas que tiveram de se tomar à entrada, o
público aderiu bastante e compreendeu a sua necessidade, por orientação dos
Serviços de Saúde” contou António Machado, coordenador do Festival da
Lusofonia, em declarações ao Ponto Final. O festival este ano, tal como nos
anos anteriores, voltou a contar com uma grande afluência de pessoas. “A
comunidade lusófona aqui radicada, e principalmente a comunidade chinesa,
aderiram muito à festa, portanto o resultado é positivo”, continuou Machado.
Em
relação ao número de pessoas que atenderam ao festival, António Machado diz que
se notou a mesma afluência comparativamente ao ano passado, com cerca de 20 mil
participantes. “A maioria dos participantes foram residentes locais, mas mesmo
assim houve muita adesão à festa, com muita gente a participar”, prosseguiu.
Questionado
sobre se o festival correu de acordo com as expectativas da organização,
Machado respondeu afirmativamente, apesar de no início ter havido alguma
preocupação em relação ao público, se ia aderir ou não, pois as medidas
obrigatórias relacionadas com a protecção contra a epidemia foram algo de novo
e, de certo modo, “inconvenientes”, principalmente no procedimento das
entradas, aguardando em fila, medição da temperatura, exibição do código de
saúde e utilização de máscara. Porém, o coordenador assegurou que a maioria cumpriu
os procedimentos “sem problemas”, talvez por sentirem já falta de eventos deste
género, segundo Machado, considerando que essa terá sido uma das razões de ter
havido este nível de participação, com números praticamente iguais aos do ano
passado.
António
Machado afirma que, pelo que foi observado pela organização este ano, a sexta
feira esteve com um atendimento “muito bom”, com um sábado “ainda melhor”,
sendo este normalmente o dia forte e com os maiores destaques musicais do
cartaz. O domingo, em contrapartida, esteve muito mais fraco a nível de
público, segundo o responsável, mas mesmo assim não com números muito abaixo da
média, pois o terceiro dia do festival é normalmente o mais fraco.
Machado
admite ter estado “um bocado reticente” em relação aos espectáculos deste ano.
Os grupos dos países lusófonos não puderam participar, devido às restrições de
viagem causadas pela pandemia, e só actuaram grupos locais, “na maioria
amadores e sem grande experiência de palco”, explicou. Apesar disso, diz ter sido
uma boa surpresa para a organização ter visto que o público de Macau aderiu
bastante aos espectáculos e no apoio aos artistas locais, que “são bons e
talentosos”. “A reacção do público aos grupos locais foi muito positiva e isso
foi claro na reacção do público. A aposta resultou bem!”, sublinhou Machado.
No
que diz respeito às medidas de segurança implementadas para o festival, Machado
diz que, nas entradas “correu tudo bem”, com as pessoas a seguir em fila
ordenadamente, apesar da grande afluência em certas alturas, mas que no
decorrer do festival foi difícil controlar as medidas implementadas, como a
questão do uso da máscara. “As pessoas têm calor e acabam por se esquecer de as
pôr”, prosseguiu. Apesar dos vários avisos pela rádio a relembrar as pessoas
para usarem a máscara, o coordenador admite ser muito difícil implementar estas
medidas neste tipo de eventos, apesar dos esforços feitos pela organização.
Acrescenta ainda que foi providenciado desinfectante em várias zonas do
recinto, com lembretes a dizer para as pessoas lavarem as mãos e respeitarem as
distâncias. Joana Chantre – Macau in “Ponto
Final”
joanachantre.pontofinal@gmail.com
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