A
UNESCO distinguiu o programa educativo português Apps for Good, que promove a
utilização da tecnologia nas escolas, com a atribuição de um prémio pelas boas
práticas na melhoria do ensino e da aprendizagem.
A
atribuição do Prémio UNESCO – Hamdan bin Rashid Al-Maktoum de Boas Práticas e
Desempenho Exemplar na Melhoria da Eficiência dos Professores decorreu esta
segunda-feira, em Paris, no mesmo dia em que se assinalou o Dia Mundial do
Professor.
Para
além do projeto português Apps for Good foram também laureados este ano a
Fundação Telefônica Vivo do Brasil, com o projeto Escolas Conectadas e a
Educate Me Foundation do Egipto com o Projecto School Transformation Journey.
Para
a Apps for Good, segundo um comunicado, o prémio foi o reconhecimento do
trabalho que o programa tem desenvolvido na promoção da tecnologia no ensino,
através da formação de professores e da disponibilização de matérias didáticas.
“É
o reconhecimento internacional não só do nosso trabalho, mas, sobretudo, do
trabalho, da resiliência e da inteligência dos professores e alunos
portugueses, especialmente neste momento extremamente complicado que
atravessamos”, referiu João Baracho, o Diretor executivo do Centro de Inclusão
Digital (CDI) Portugal, citado no comunicado, que lançou o programa em 2014.
O
Apps for Good Portugal já chegou a mais de 1.100 professores portugueses e
continua a fazer crescer uma nova geração de problem-solvers e empreendedores
sociais e tecnológicos e, assim, reduzir o fosso digital dos professores e dos
alunos. O Prémio UNESCO – Hamdan veio homenagear o Apps for Good Portugal por
ser um programa que impulsiona todos os princípios para a educação tecnológica
e inclusiva.
“É
com grande satisfação e grande orgulho” que o Ministro português da Educação,
Tiago Brandão Rodrigues, comentou a atribuição deste prémio à Apps for Good
Portugal. “Para mim reconhece um conjunto de iniciativas que coadjuva o
trabalho dos professores para melhorar a qualidade da nossa educação” disse
numa mensagem vídeo, explicando que “conheço bem este projeto”.
Este
prémio foi criado em 2008, com o apoio do Xeque dos Emirados Árabes Unidos, e é
atribuído a cada dois anos para apoiar a melhoria da qualidade do ensino e da
aprendizagem em todo o mundo.
O
programa português distinguido na 6ª edição tem como objetivo de promover a
utilização da tecnologia para resolver problemas do dia-a-dia, através do
desenvolvimento de aplicações móveis.
Em
17 de setembro decorreu a final da 6ª edição da competição da Apps for Good,
que premiou projetos desenvolvidos por alunos do ensino básico e secundário
para ajudar na redução do plástico e nas idas à praia em tempo de pandemia de
Covid-19. O Ministro Tiago Brandão Rodrigues participou em várias das sessões
finais da Apps for Good. “Queria reconhecer todo o trabalho intenso feito ao
longo dos últimos anos para que a inclusão é a inovação social, tecnológica e
digital possa acontecer”.
“É
um enorme orgulho para Portugal que é Apps for Good Portugal tenha sido
galardoada com este prémio tão importante da Unesco”.
O
Presidente do júri foi Luc Ria, professor no Institut français de l’Éducation
da ENS de Lyon, e membro do laboratório Acté, da Universidade Blaise-Pascal de
Clermond-Ferrand. A ele juntaram-se mais quatro distintos profissionais
escolhidos pelo seu alto nível de conhecimentos e experiência em questões
relacionadas com os professores.
Em
comunicado, a Apps for Good sublinha que é a primeira vez que Portugal recebe o
prémio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e
Cultura) e que, independentemente do reconhecimento internacional, o contexto
atual demonstrou a importância do projeto para a inclusão digital, tanto de
alunos como de professores.
“A
realidade provocada pela pandemia [da Covid-19] relevou ainda mais a sua
importância na contribuição para a igualdade de acesso à educação e ao
conhecimento em geral”, referem.
O
programa dirigido aos 2º e 3º ciclos e ao ensino secundário decorre ao longo do
ano letivo, sendo disponibilizado às escolas o acesso a conteúdos ‘online’ e a
uma rede de especialistas para apoiar no desenvolvimento dos projetos. In “LusoJornal”
- França
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