A
Universidade de Macau vai doar dois protótipos de ventiladores desenvolvidos
pela instituição a Angola e Moçambique, e formar equipas naqueles países para
poderem fabricar novos equipamentos, disse ontem o vice-reitor da instituição
de ensino superior, Rui Martins.
Angola
e Moçambique vão receber amanhã dois protótipos de ventiladores desenvolvidos
pela Universidade de Macau (UM), ajudando ainda a formar equipas para fabricar
novos equipamentos. Os protótipos foram desenvolvidos pela UM, em colaboração
com o Instituto para o Desenvolvimento e Qualidade de Macau, “com base na
tecnologia existente”, e representam uma grande poupança de custos, referiu Rui
Martins. “São bastante mais baratos que o normal, dez por cento ou menos do
preço, e estão prontos a utilizar no hospital por doentes que necessitem
deles”, precisou o vice-reitor da Universidade de Macau.
Rui
Martins garantiu que os protótipos são “de baixo preço, mas de alta qualidade”,
tendo sido certificados por equipas médicas no território.
Em
paralelo, a Universidade de Macau vai também “fazer formação a engenheiros e
médicos [daqueles países] para o desenvolvimento de novos protótipos em Angola
e Moçambique”. “Além da doação, é também uma transferência de tecnologia para
estes dois países”, sublinhou Rui Martins, considerando que a iniciativa mostra
a vontade de ajudar de Macau, um território que registou apenas 46 casos de
covid-19 desde o início da pandemia, no final de Janeiro, não tendo actualmente
nenhum caso activo. “Macau já há bastantes meses que não tem nenhum caso, e
espero que se mantenha assim no futuro, e temos esta oportunidade de ajudar
estes dois países, com duas universidades que são nossas parceiras”, referiu o vice-reitor.
Os
protótipos vão ser entregues à Universidade Pedagógica de Maputo, em
Moçambique, e à Universidade Mandume ya Ndemufayo, no Lubango, em Angola, com a
qual a UM tem protocolos de cooperação, no âmbito da Associação das
Universidades de Língua Portuguesa (AULP), durante uma cerimónia na sexta-feira
com representantes dos dois países.
O
cônsul-geral de Moçambique em Macau, Rafael Marques, disse que a doação “vai
ser uma grande mais-valia para apoiar as autoridades sanitárias” e “ajudar a
salvar vidas”, apontando que, embora a situação do país não seja para já
“alarmante”, continuam a surgir novas infecções. Moçambique é actualmente o
país lusófono em África com o maior número de casos positivos, tendo registado
12273 infeções de covid-19 desde o início da pandemia e 89 mortes, seguindo-se
Angola, que lidera em número de mortos, com 9871 infectados e 271 óbitos.
O
cônsul-geral de Angola em Macau, Eduardo Galiano, congratulou-se com a oferta,
afirmando que a formação prevista vai também “ajudar os técnicos [angolanos] a
manusear os equipamentos que o Governo está a adquirir à China”. Angola
decretou na semana passada o estado de calamidade pública e reforçou as medidas
de combate à pandemia.
A
Universidade de Macau recebe anualmente entre 70 e 100 alunos dos países de
língua portuguesa, incluindo de Angola e Moçambique, tanto em licenciaturas
como em mestrados e doutoramentos, de acordo com o vice-reitor. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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