Foi assinado hoje um acordo que levará à abertura de um novo escritório na Ilha da Montanha gerido por Manuela António e parceiros da China Continental. Ao Jornal Tribuna de Macau, a advogada frisou que a abertura deste escritório pode ser uma maneira de “tornar Hengqin mais Macau e Macau mais Hengqin”, aproximando os dois sistemas. Defendeu que também poderá atenuar a crise trazida pela COVID-19
O
escritório de Manuela António assina hoje, às 11:00, um acordo com um
escritório de Pequim para começarem a operar na Ilha da Montanha, o que deve
acontecer no início do próximo ano. “Vamos começar a fazer prospecção do espaço
e tencionamos abrir em princípios do ano que vem, primeiro trimestre, logo a
seguir ao Ano Novo Chinês. É esse o nosso objectivo”, adiantou a advogada em
declarações ao Jornal Tribuna de Macau.
“Considerando
que da parte do Governo Central há muita vontade de dinamizar estas cidades,
nomeadamente Hengqin e, aproveitando a proximidade em relação a Macau, [a firma
de Pequim] resolveu escolher um escritório de Macau para fazer uma associação e
abrir um escritório em Hengqin”, frisou. Nestas condições, o escritório de
Manuela António ficará responsável por lidar com as questões que envolvam o
Direito de Macau e o escritório de Pequim as que digam respeito ao Direito
chinês.
Isto
será sobretudo útil para os clientes de Macau que “queiram fazer negócios em
Hengqin” que tem “um Direito especial”. “Talvez seja uma maneira de tornar
Hengqin mais Macau e Macau mais Hengqin, de aproximar os dois sistemas. Estamos
com muita esperança de que isto seja também uma maneira de colmatar agora o
decréscimo substancial de transacções que temos tido com o vírus e já com a
situação menos favorável de Hong Kong que se faz sentir bastante aqui”,
acrescentou.
Este
novo escritório poderá também potenciar o desenvolvimento do sector financeiro,
acredita Manuela António. “Pode ser que seja uma forma de potenciar os negócios
em Macau e na China. A nossa esperança é que, com esta ligação, possamos
potenciar a imagem de Macau em Hengqin e que Hengqin possa potenciar a sua imagem
em Macau”, fomentando os negócios na área financeira, indicou a causídica,
reforçando a ideia de que um dos actuais desígnios do Governo é “ampliar a área
financeira de Macau”.
Questionada
sobre os desafios de trabalhar com profissionais da China Continental, Manuela
António destacou que “claro que os há”, desde logo porque “têm uma maneira
diferente de trabalhar”. “Vamos aprender com eles e eles vão aprender connosco.
Há uma disciplina diferente e uma abordagem diferente e o facto de estarmos a
trabalhar num Direito que é o de Hengqin, também é especial”, sublinhou. Inês
Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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