O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das
Nações Unidas, IFAD, participará em dois projetos que visam ajudar os
produtores locais. Em 2019, Moçambique foi severamente afetado pelos ciclones
Idai e Kenneth, que destruíram milhares de hectares de plantações na região
central e no norte do país
Em
Moçambique, 70% da população vive em zonas rurais e estão expostas a alterações
climáticas. De acordo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das
Nações Unidas, IFAD, o país é o terceiro Estado mais afetado em África.
A
agência lembra que os efeitos das alterações climáticas no setor agrário foram
evidentes em 2019, quando Moçambique foi severamente afetado por dois ciclones,
Idai e Kenneth, que destruíram milhares de hectares de cultivo na região
central e no norte do país.
Resiliência
Para
aumentar a segurança alimentar e resiliência às alterações climáticas de pelo
menos 902,5 mil produtores rurais de Moçambique, o IFAD anunciou nesta
segunda-feira que apoiará o Programa do Desenvolvimento Inclusivo de Cadeias de
Valor, Procava.
A
iniciativa de US$ 72,5 milhões visa melhorar as condições de vida dos
produtores rurais. De acordo com a agência, pelo menos metade dos beneficiados
serão mulheres e 30% jovens.
O
financiamento inclui um empréstimo no valor de US$ 8,4 milhões e uma doação do
IFAD de US$ 33,6 milhões. Em contrapartida, o governo de Moçambique contribuirá
com U$ 4,9 milhões e outros US$ 5,6 milhões serão fornecidos através da
contribuição dos beneficiários e outros parceiros de desenvolvimento.
Foco
O
programa focará inicialmente nas áreas de produção da horticultura, de bovinos
e caprinos, de frangos, de leguminosas e da mandioca. De acordo com o IFAD,
todos estes setores são considerados vulneráveis às alterações climáticas.
A
iniciativa investirá igualmente em infraestruturas de irrigação e em tecnologias
que permitam um aproveitamento eficiente das plantações. Uma das metas é também
aumentar o acesso dos pequenos produtores aos mercados e torná-los mais
competitivos.
O
Procava será implementado em 75 distritos, abrangendo todas as províncias
durante um período de 10 anos.
Aquacultura
O
IFAD também anunciou um financiamento num outro projeto que procura reduzir a
pobreza ao aumentar a produção e rendimento de mais de 88 mil aquacultores de
pequena escala.
A
agência observa que as condições climáticas de Moçambique são favoráveis para o
desenvolvimento do setor. O país é rico em espécies de peixes que podem ser
produzidos localmente e assim, contribuir para a melhoria dos níveis
nutricionais.
Desafio
No
entanto, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola diz que o
desenvolvimento da aquacultura em Moçambique tem sido um desafio, devido à
falta de produtos como rações e serviços financeiros acessíveis.
O
Projeto de Desenvolvimento da Aquacultura de Pequena Escala, Propape,
disponibilizará US$ 49 milhões para transformar o setor da aquacultura no país.
A meta é incluir principalmente mulheres, jovens e desempregados.
A
iniciativa também procura reduzir através de práticas sustentáveis a
vulnerabilidade dos beneficiados aos efeitos das alterações climáticas.
O
objetivo é promover o uso de uma série de tecnologias de produção pesqueira
como tanques de produção de peixes, uso de energia solar e sistemas de energia
eólica. ONU News – Nações Unidas
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