Todos
os postos administrativos do país estarão ligados à rede nacional de energia
eléctrica até ao final do presente ciclo de governação, em 2024, segundo
compromisso assumido ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, falando
na cerimónia de inauguração da Subestação de Marrupa e da linha de transmissão
que a alimenta a partir de Cuamba, na província do Niassa.
As
duas infra-estruturas ontem inauguradas são cruciais para o projecto de
electrificação rural da província do Niassa, em curso desde Junho de 2017.
A
linha Cuamba/Marrupa tem 240 quilómetros de extensão e a subestação uma
capacidade de 16 Mega Volts Ampere (MVA), sendo que os distritos de Marrupa,
Maúa e Mecula, actualmente ligados, consomem apenas cerca de 1,5 MVA.
O
Chefe de Estado explicou que o que se pretende é levar energia eléctrica a mais
146 postos administrativos pois, dos 446 que o país tem, 300 já estão
conectados à rede da Electricidade de Moçambique (EDM). Lembrou que os
distritos já estão todos electrificados.
Recomendou
que a energia disponível seja usada para a geração de renda, e não apenas para
a iluminação nas residências.
“A
energia é para o trabalho”, disse Nyusi, explicando que o recurso deverá ser
usado, por exemplo, na irrigação de campos agrícolas, desenvolvimento do
turismo, no qual Mecula tem um grande potencial. Apontou ainda o desenvolvimento
de pequenas indústrias, incluindo moageiras e conservação do pescado,como
outras utilidades que poderão ser dadas à energia eléctrica.
Ao
abrigo do projecto de electrificação do Niassa, orçado em 54.5 milhões de
dólares, foram já construídos 407 quilómetros de rede de média tensão e 650
quilómetros de distribuição em baixa tensão, além de 179 postos de
transformação (PT) e colocados 4500 candeeiros de iluminação pública das vilas.
Segundo
Nyusi, com este avanço será possível viabilizar as aulas no curso nocturno e a
extensão do abastecimento de água, que, embora tenha melhorado
significativamente nos últimos tempos, ainda constitui um grande desafio.
Para
o Chefe do Estado, com a melhoria da agricultura, pescas, turismo e outras
áreas socioeconómicas graças à energia, a província terá mais possibilidades de
oferecer emprego, resolvendo desta forma outra inquietação do Niassa e do país
no geral.
O
Presidente da República chamou atenção às comunidades para a necessidade de
protegerem as infra-estruturas de energia e reportar actos ilícitos que possam
resultar na sua destruição. Apelou à população para que obtenha energia por
vias legais e que pague pelo consumo, evitando recorrer a ligações clandestinas
e esquemas para evitar facturação. In “Jornal de Notícias” - Moçambique
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