Os portugueses que estão a trabalhar em casinos de Macau, forçados a encerrar devido ao surto do novo coronavírus, afirmaram que vão regressar a Portugal.
Com taxas de ocupação nos hotéis a descerem dramaticamente e com as salas de jogo fechadas por determinação do Governo de Macau, os ‘resorts’ integrados incentivaram os trabalhadores de vários departamentos a anteciparem as férias.
Vários portugueses contactados pela agência Lusa, que pediram para não ser identificados por não estarem autorizados a falar, explicaram que os casinos ofereceram um sistema de bónus (dias adicionais) aos trabalhadores que marcassem férias para estas próximas semanas. No início da semana circularam informações de que os operadores estavam a enviar funcionários para casa sem vencimento, o que motivou uma reacção do Governo de Macau, que expressou a sua oposição e lembrou a obrigatoriedade de as empresas cumprirem a legislação laboral.
A falta de trabalho efectivo e os preços das viagens para Portugal, mais baratas do que é habitual, muito por causa da diminuição de procura de voos devido ao surto do novo coronavírus, convenceu os portugueses a optarem por um regresso temporário a Portugal.
Recorde-se que as receitas dos casinos em Macau já tinham descido 11,3 em Janeiro, em relação a igual período de 2019, um resultado explicado pelas autoridades pelo surto do novo coronavírus, que reduziu o fluxo de jogadores na capital mundial do jogo. Para ilustrar a dimensão da perda turística em Macau, o número de visitantes na região durante a chamada “semana dourada” do Ano Novo Lunar, de 24 a 31 de janeiro, desceu quase 80 por cento, em relação a igual período de 2019.
Entretanto, o número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou hoje para 908, mais 97 do que no domingo, informaram as autoridades.
Segundo os números divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, são agora 40 171 as pessoas infectadas no país. Um aumento de 97 mortes indica um recrudescimento de casos do novo vírus, 2019-nCoV, depois de ter havido uma quebra no dia anterior.
A mesma fonte precisou que até à meia noite local contavam-se 6484 casos graves e que 3281 tiveram alta, depois de se curarem da doença, que começou no final de 2019 na cidade de Wuhan, na província central de Hubei.
Até agora a Comissão, disse, fez o seguimento médico a 399 487 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados, dos quais 187 518 continuam em observação.
Na última contagem, anunciada na manhã de domingo, o número de mortes na China continental era de 811, a que se somavam mais duas mortes fora da China continental, um nas Filipinas e outro em Hong Kong.
Esse balanço já ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. In “Hoje Macau” - Macau com “Lusa”
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