A
sede da Carmo Wood France, que afundou em dezembro, em Bordéus, um investimento
superior a um milhão e meio de euros, deve ser retirada do fundo das águas nos
próximos dias e, só depois, “é que vão ser avaliados os danos”, disse à agência
Lusa o presidente da empresa.
“O
Porto de Bordéus deu uma data limite para retirar o barco dentro de água, mas
ainda não foi retirado porque o seguro anda a tentar pagar o mais barato
possível”, afirmou Jorge Carmo.
Em
entrevista à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração do grupo Carmo Wood,
que tem sede em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, adiantou que “o que
afundou no Porto de Bordéus foi a nova sede do grupo em França”, obra que
resulta de “oito anos de trabalho e ia ser inaugurada na primeira semana de
janeiro”.
“O
presente de Natal que tive veio em 22 de dezembro, pelas mãos do tornado
Fabien, que passou no norte de Portugal, mas que foi mais forte no Golfo de
Biscaia. E Bordéus foi a zona mais fustigada, com ventos superiores a 160
quilómetros por hora hora, igrejas que caíram, mortes que se registaram e o
escritório, que estava a ser construído junto ao paredão, afundou”, contou.
Este
escritório, todo construído em madeira, a principal matéria prima da empresa,
estava a ser instalado em cima de água, no Porto de Bordéus, e “estavam a ser
feitos os últimos acabamentos para lá colocar o mobiliário e o equipamento
informático” para depois – como “o flutuador não estava ainda no sítio” – “o
fixar aos pilares de 15 metros de profundidade”.
“Os
engenheiros navais que tivemos de contratar por lei, a empresa Bureaux Editud
Maritime (BEM), só queriam lá pôr o barco depois de estar acabado para o
colocarem lá e estabilizarem-no”, contou Jorge Carmo.
A
empresa BEM, designada pelo Estado francês, fez “o desenho do barco, que tem 30
metros por 15, um flutuador imenso”.
“Eles
é que fizeram a escolha da empresa do estaleiro naval que fabricou o barco em
aço, eles acompanharam a execução, acompanharam a colocação na água,
acompanharam o sítio onde o barco ficou amarrado à doca para ser construído e
acompanharam semanalmente a construção do barco”, acrescentou.
Neste
sentido, Jorge Carmo disse estar “inteiramente tranquilo”, porque “eles
fiscalizaram o serviço de uma ponta à outra” e a peritagem que já foi feita diz
que a Carmo Wood “não tem absolutamente nada a ver com o assunto”.
“Isto
agora é um assunto entre a companhia de seguros e, eventualmente, esta BEM.
Fomos totalmente ilibados de quaisquer responsabilidades. Tínhamos seguros. À
maneira que íamos construindo, todos os dias 27 do mês íamos participando ao
seguro a evolução e o valor da obra”, explicou.
Um
valor que o empresário traduziu num “investimento de um milhão e meio de euros”
que afundou e que espera agora ver fora de água para “poder avaliar os danos e
reconstruir”, porque, assumiu, “os escritórios vão ser reconstruídos e o mais
rapidamente possível”.
Afinal,
acrescentou, já está “habituado”, lembrando os incêndios de 2017 que destruíram
na totalidade a empresa no distrito de Viseu.
A
Carmo Wood tem na madeira a sua principal matéria prima, tem fábricas em
Almeirim, Pegões e Oliveira de Frades, que é também a sede do grupo, e
comercializa “para todo o mundo” nas áreas da construção, imobiliário,
mobiliário urbano, de interiores e exteriores e outro tipo de estruturas, como
agrícolas”. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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