O plano de ter o restaurante da Casa de Portugal em Macau
na “Casa de Vidro” no início do ano caiu por terra devido à epidemia do
COVID-19. Amélia António diz que os trabalhos estão “numa encruzilhada”, mas
ainda assim mostra-se positiva. “Acho que vamos todos ultrapassar isto”
A
presidente da Casa de Portugal, Amélia António, estava bastante optimista com a
abertura do restaurante no espaço que foi concedido na “Casa de Vidro” no Tap
Seac, porém, a situação epidémica causada pelo COVID-19 acabou por trocar os
planos. “As minhas perspectivas neste momento não são nenhumas. Havia pequenos
trabalhos e arranjos que tinham de ser feitos para a parte da cozinha, já temos
os desenhos mas com tudo isto não se pôde avançar com nada”, afirmou Amélia
António à Tribuna de Macau.
A
assinatura do contrato com o Instituto Cultural também ainda não aconteceu nem
está solucionada a questão dos funcionários, que estão ainda ligados ao
“Lusitanos”, algo que tem de ser alterado. “Nada do que era para resolver ficou
resolvido porque isto caiu exactamente no ponto de arranque desses trabalhos”.
Amélia
António diz que a situação se torna “muito gravosa”, sobretudo porque o
“Lvsitanvs” já tinha sido retirado do plano anual da Casa de Portugal, uma vez
que passaria a ser gerido pela empresa “CPM Artes e Ofícios Sociedade
Unipessoal”.
“Como
pensava que as coisas iam a começar a funcionar no princípio do ano, retirámos
o “Lvsitanvs” do orçamento com a Fundação Macau porque não podia estar a
colocar uma coisa que já não era da associação”, explicou. O serviço continuou
a ser prestado na Casa de Portugal até que houvesse condições para ser
transferido para o Tap Seac.
Neste
momento, continuou Amélia António, o restaurante “não está apoiado num
subsídio, mas também ainda não está a funcionar”. “Estamos aqui numa
encruzilhada muito difícil, mas sou uma mulher optimista, portanto, acho que
vamos todos ultrapassar isto”, observou.
Entretanto,
todos os serviços da Casa de Portugal foram suspensos, na sequência da
implementação das medidas de controlo e prevenção do Governo. Esta semana,
indicou a presidente, serão feitos trabalhos para assegurar que, em caso de
necessidade, poderão abrir portas. “Vamos começar a fazer pequenos turnos, com
grupos de três a quatro pessoas para fazer um trabalho de limpeza e desinfecção
em todas as instalações. Começamos pela sede e depois a escola”. “Se as coisas
continuarem a normalizar, estaremos em condições de reabrir nem que seja
parcialmente, mas com outra segurança”, acrescentou Amélia António.
Questionada
sobre se tem recebido queixas ou pedidos de ajuda devido à situação que Macau
atravessa, a presidente da Casa de Portugal diz que não tem acontecido. “Acho
que as pessoas estão com muita serenidade a enfrentar este contratempo”,
apontou. Ainda assim, considera que as maiores preocupações se prendem com o
ensino: “As pessoas estão um bocadinho preocupadas com o ano escolar. O
presidente da Escola Portuguesa de Macau está em Portugal a falar com o
Ministério, porque especialmente nos anos de exame e sobretudo nos de acesso ao
ensino superior, noto que as pessoas estão preocupadas como isso vai ser
resolvido”.
Amélia
António mostrou ainda preocupação relativamente às associações não só de
ensino, mas também de apoio social, como é o caso da Caritas ou da Fu Hong.
“Além das pequenas empresas, que fazem parte do tecido económico de Macau,
também é preciso um olho sobre as associações que desenvolvem trabalhos sociais
porque não têm fundos a que recorrer para tapar estas desgraças”, concluiu. Catarina
Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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